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Monitorização Electrocardiográfica

Monitorização Electrocardiográfica

Vitor Paulo Martins*

Mais de 90% das mortes são de etiologia arrítmica. Existem muitas vezes sinais premonitórios que se forem conhecidos poderão evitar essa mesma morte.
Um Electrocardiograma de repouso regista a atividade elétrica do coração durante cerca de 10 segundos. Apenas poderemos diagnosticar alterações que ocorram nesse período. No entanto a maioria das alterações do ritmo cardíaco são intermitentes sendo precisos registos mais prolongados para obtermos informação mais completa.
O Electrocardiograma de esforço (Prova de Esforço), permite diagnosticar sobretudo, angina de peito, arritmias induzidas ou suprimidas, aferir a tolerância ao esforço e o controlo da pressão arterial.
Um Holter de 24 ou 48 horas regista continuamente o electrocardiograma e aumenta a probalidade de se estabelecer um diagnóstico de arritmia e de sabermos se esta tem correlação clinica.
Um Detector de Eventos externo permite estender esta monitorização de 7 a 30 dias, com a comodidade de permitir que o doente tenha a sua higiene normal dado que durante o banho diário poderá retirar os eléctrodos e todo o sistema de registo.
Um Detector de Eventos Implantável é utilizado em situações com sintomas muito pouco frequentes, tal como as perdas de conhecimento, ocorrendo 2 a 3 vezes por ano, em que os electrocardiogramas, Holters e detectores de eventos externos não conseguem esclarecer o que efetivamente se passa, porque na maioria dos casos nada acontece nesses exames com registos curtos.
Os novos detectores de eventos implantáveis são de pequena dimensão (1 cm3) e
monitorizam continuamente o ritmo cardíaco durante 3 anos. Transmitem os dados á distância por via Wireless para um servidor que por sua vez os envia ao médico por email ou SMS de modo rápido e automático.
Também os portadores de pacemakers ou cardioversores desfibrilhadores (CDI) têm uma monitorização electrocardiográfica continua que está acessível sempre que o doente está presente numa consulta médica, permitindo avaliar todas as arritmias que possam existir nos meses anteriores. Os possuidores destes dispositivos apesar de estarem mais protegidos pelas terapêuticas disponíveis (pacing e desfibrilhação) necessitam de acompanhamento porque podemos melhorar o prognóstico se tratarmos alterações arrítmicas relacionadas com eventos potencialmente fatais.
Não esquecer que cerca de 20 a 30% dos AVC (acidentes vasculares cerebrais) são de etiologia embólica relacionados com a presença de uma arritmia (fibrilhação auricular). Este diagnóstico tem que ser feito por um registo electrocardiográfico, sabendo-se no entanto que este tipo de arritmia é muitas vezes paroxística e nessa situação só monitorizações prolongadas permitem o seu diagnóstico.
Também a detecção ou probalidade de arritmias ventriculares associadas ou não a cardiopatia estrutural, têm implicações profissionais e na pratica de exercício físico que importa conhecer.
Conhecer a nossa atividade eléctrica é de importância extrema porque se relaciona diretamente com a nossa sobrevida, com a nossa qualidade de vida e com a nossa segurança.
Consulte o seu médico e queira saber a sua atividade eléctrica. A avaliação da frequência cardíaca e do registo eletrocardiográfico pode ser realizada de múltiplas maneiras. As indicações e a relação custo-efectividade estão bem estabelecidas. Valorize a sua segurança, ganhando qualidade e anos de vida saudável.
* Médico Cardiologista e Arritmologista / Diretor Clínico da Clinica do Coração Santarém • Rua Pedro de Santarém, 48- 1º Dto • 2000-223 Santarém • Tel : 243 329 107 / 243 322 563 | 243 094 232 • Fax : 243 322 568 - 2ª a 6ª das 9h às 20h • email: vitormartins@clinicadocoracaosantarem.pt

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