A referência ao facto de ser vereador, por parte do senhor Nazareno do Carmo, nas cartas que enviou, enquanto presidente da Assembleia Geral do Clube Desportivo de Fátima a pedir dinheiro para o clube, foram inocentes, claro está. Quem pensar o contrário engana-se redondamente. Pela minha parte estou convencido que ele fez tal referência por saber que a maioria das pessoas que estava a cravar, ao lerem um pedido de um Nazareno que se identificava apenas como presidente da assembleia de um clube de Fátima, iriam imaginar que se tratava de um pedido divino. Ou seja, identificou-se como vereador para não explorar a crendice alheia.
Quanto ao senhor Luís Albuquerque, que era vereador das obras, resta saber se os responsáveis pelas empresas que ele cravou lhe deram a massa que ele pedia para o clube e se, no caso de não lha terem dado, ele votou contra o licenciamento das obras. Ou então, ver se foi com o voto dele que as obras foram aprovadas.
Se o voto dele foi essencial para desbloquear um licenciamento acho que os ingratos dos donos das obras têm que ser censurados por não terem tomado a iniciativa de agradecer aquele gesto desinteressado (claro que seria sempre desinteressado) como era sua obrigação. Eu por mim condecorava o Nazareno por defender os contribuintes e censurava os donos das obras por terem sido forretas e mal agradecidos.
Rui Ricardo