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Uma artista que não sabe estar parada

Uma artista que não sabe estar parada

Fernanda Centeio inaugurou exposição de pintura e cerâmica que está patente até final de Julho na Casa dos Patudos, em Alpiarça

Fernanda Centeio era uma mulher feliz no dia da inauguração da sua exposição de pintura e cerâmica na tarde de sábado, 28 de Maio, na galeria de exposições da Casa-Museu dos Patudos, em Alpiarça. “Circunstâncias” é o nome da mostra e esta é a primeira vez que Fernanda Centeio expõe na sua terra natal. Os seus quadros e obras de cerâmica vão estar em exibição até 31 de Julho. No dia da inauguração não faltaram os amigos e familiares que quiseram ver o trabalho da artista. Um dos seus netos que vive em Londres surpreendeu a avó com a sua presença nesse momento especial. “Já cá estava há uma semana para me fazer esta surpresa, toda a família sabia menos eu”, conta a O MIRANTE.
Apesar de não nos revelar a sua idade, Fernanda Centeio explica que começou o seu percurso artístico através da tapeçaria quando foi viver para o Rio de Janeiro [Brasil], após o 25 de Abril de 1974. Com maior disponibilidade começou a aprender. Em 1981 ganhou uma Medalha de Ouro numa exposição de tapeçaria em Maricá, Rio de Janeiro. Entretanto, começou a aventurar-se na pintura e cerâmica. Regressou a Portugal e, por circunstâncias da vida, esteve parada. Há uns tempos decidiu regressar e dedica-se às artes a tempo inteiro. Tirou um curso de cerâmica no IADE (Instituto de Arte Design e Empresa), em Lisboa, e frequentou cursos de cerâmica e artesanato. Também se dedica à pintura de azulejos.
Fernanda Centeio pinta a natureza e as suas paisagens. “A natureza é doce, amena mas também é agressiva. As paisagens são o que mais me encanta. Vou buscar a inspiração através de uma viagem interior que faço e das imagens que estão dentro de mim e o gosto que tenho pela natureza. Deparo-me com a constatação de que existe em tudo a presença circunstancial da finitude. Por isso dei o nome de Circunstâncias a esta exposição”, explica.
A artista é mãe de João Céu e Silva, jornalista e escritor, que foi distinguido por O MIRANTE com o prémio Personalidade do Ano na área da Cultura em 2009. Em conversa informal com O MIRANTE, João Céu e Silva partilha que a mãe, que vive há muitos anos na Parede, concelho de Cascais, frequenta a Universidade Sénior local e tem um grupo de amigos que se reúne uma vez por semana, onde levam escritores e debatem diversos temas. “A minha mãe não sabe estar parada e faz-lhe bem esta actividade”, refere.
Fernanda Centeio adora o que faz e não se imagina a parar de criar. “Só quando não puder mesmo”, afirma convicta. Gosta de se isolar e observar o mundo antes de iniciar uma obra de arte. Além de todas estas actividades, Fernanda ainda escreve contos infantis. Até agora têm sido oferecidos apenas aos netos. No entanto, não coloca de lado a hipótese de lançar as suas histórias para o público. Alguns dos seus contos têm sido publicados no jornal de Alpiarça. “Nunca sabemos o dia de amanhã e pode ser que decida publicar os contos em livros”, afirma. Vem com regularidade a Alpiarça, onde ainda tem casa. Da vila ribatejana guarda as memórias mais felizes da sua infância.

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