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Escola Agrária mata à nascença projecto da Académica de Santarém

Escola Agrária mata à nascença projecto da Académica de Santarém

Clube queria candidatar-se a financiamento para colocação de um relvado sintético no antigo campo de râguebi da Escola Superior Agrária, mas o projecto recebeu parecer desfavorável da própria escola. O presidente do Politécnico de Santarém, que tinha a última palavra, seguiu a posição da escola.

A Associação Académica de Santarém viu-se impedida de concorrer a financiamento para colocação de um relvado sintético para a prática de futebol no antigo campo de râguebi da Escola Superior Agrária (ESAS), devido ao parecer negativo dado pela assembleia de escola da ESAS e à relutância do presidente do Politécnico de Santarém em contrariar essa decisão.
A candidatura aos fundos da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) tinha de ser entregue até terça-feira, 31 de Maio, e nos dias anteriores foram feitas várias diligências, tanto pela direcção do clube como pela Câmara de Santarém, para tentar desbloquear a situação junto do presidente do Instituto Politécnico de Santarém (IPS), Jorge Justino. Mas este preferiu acatar a decisão da assembleia da escola, um órgão consultivo onde têm assento representantes dos professores, estudantes, funcionários e também do município.
Contactado pelo nosso jornal, o presidente do IPS diz que “tem por norma atender às decisões dos órgãos das escolas superiores” e “continuando nesta linha, não vou decidir em sentido contrário”. Jorge Justino considera no entanto que esse investimento representaria uma mais valia para o complexo desportivo da Agrária. “Seria uma mais valia, até porque posteriormente aquele campo poderia ser adaptado como um espaço multifunções, como por exemplo para a prática do rugby e do atletismo, com a recuperação da pista”, disse ao nosso jornal.
Segundo apurámos, uma das justificações para a assembleia de escola da ESAS ter recusado a proposta de protocolo a estabelecer com a Académica, que viabilizaria a candidatura, prende-se com o facto de a escola querer continuar com esse recinto disponível para a realização de actividades próprias, como a realização de um festival hípico que ali decorre anualmente. Na votação, apenas um professor da ESAS e a representante da Câmara de Santarém, a vereadora Inês Barroso, votaram a favor, contra oito votos desfavoráveis às intenções da Académica.

“O que nos custa é nem sequer podermos tentar”
A Académica de Santarém - que tem direito de utilização do complexo desportivo da ESAS em resultado de um protocolo com essa instituição que envolve também o município - pretendia candidatar-se a fundos da FPF destinados à melhoria de infraestruturas desportivas. O projecto envolvia um montante de 190 mil euros (comparticipados em 90%) e, como foi sublinhado, não existia sequer a garantia de que a candidatura fosse aprovada pela FPF, já que são muitos os clubes a concorrer a esses apoios, que têm uma verba global destinada de 3,2 milhões de euros.
“O que nos custa é nem sequer podermos tentar. Como é possível chumbarem um projecto que iria beneficiar a comunidade e valorizar as instalações da própria Escola Agrária?”, questiona o presidente da Académica de Santarém, António Torres. Sublinhou ainda que tanto o director da Escola Agrária como o presidente do IPS não manifestaram objecções à candidatura nos contactos prévios mantidos sobre o assunto.
Questionado por O MIRANTE, o director da Escola Agrária, José Mira Potes, confirma que trabalhou com o presidente da Académica “no sentido de preparar o protocolo a estabelecer entre o IPS/ESAS e o clube para ser submetido ao parecer da assembleia de escola da ESAS”. O mesmo responsável diz ainda que, como director da ESAS, compete-lhe acatar a decisão da assembleia de escola.
O assunto foi também abordado na reunião do executivo camarário de 30 de Maio, onde o presidente do município, Ricardo Gonçalves (PSD), garantiu que, nesse mesmo dia, iria tentar sensibilizar o presidente do Politécnico de Santarém no sentido de este viabilizar a candidatura da Académica. O autarca deixou essa garantia em resposta a intervenções de vereadores do PS e da CDU que lhe lançaram um apelo nesse sentido.

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