Uma proposta de recomendação do Bloco de Esquerda de Torres Novas contra o uso de herbicidas contendo glifosato nos espaços públicos não reuniu consenso entre os eleitos da assembleia municipal e acabou chumbada. A proposta “Por um espaço público livre do carciogéneo” acabou por ser rejeitada por maioria, com oito votos contra, oito abstenções e seis votos a favor.
Para o BE, pela voz de António Gomes, trata-se de um problema “geral de saúde pública” pois a substância de venda livre é apontada como potencialmente cancerígena, daí defender a necessidade de tomar desde já precauções. Vários deputados municipais retorquiram que esses malefícios não se encontram devidamente comprovados, sendo necessários mais estudos científicos para se perceber a realidade dos seus efeitos.
A mesma proposta mereceu também rejeição na última reunião do executivo camarário de Torres Novas. O vereador Henrique Reis (PSD) referiu que existem vários estudos que provam que “a situação não é tão grave”. Filipa Rodrigues da CDU falou de um problema que ultrapassa a saúde pública e tem um enquadramento maior, votando também contra. Já os eleitos do PS abstiveram-se face às muitas dúvidas. Uma proposta de proibição de aplicação do produto também já foi apresentada pelo BE na Assembleia da República e também foi chumbada com os votos contra da direita e dos comunistas.
O uso de glifosato não gera consenso também na União Europeia, que debate o prolongamento da autorização de venda deste herbicida que termina a 30 de Junho.