Começaram obras no antigo Convento de São Domingos para instalar novo museu de Abrantes
O estaleiro foi montado no último dia de 2016 e a intervenção arrancou na primeira semana de 2017.
A empreitada de requalificação e ampliação do antigo convento de São Domingos, situado no centro histórico de Abrantes, arrancou no dia 2 de Janeiro de 2017, depois do estaleiro ter sido montado no último dia de 2016. Naquele espaço vai nascer o Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA). A obra tem um prazo de execução previsto de 910 dias envolvendo um investimento de 3 milhões e 124 mil euros comparticipado pela União Europeia.
Com o início das obras vão ser removidas as polémicas pinturas feitas em colunas dos claustros do antigo convento durante o evento cultural Creative Camp, que decorreu em Julho último. A garantia foi dada a O MIRANTE pelo vereador Luís Dias, com o pelouro dos Museus e Património. O espaço encontra-se encerrado ao público devido aos trabalhos, com excepção da Biblioteca Municipal, adianta o autarca.
Recorde-se que a intervenção artística no antigo convento não foi consensual, apesar de a organização do Creative Camp - que juntou, em Abrantes, criativos de todo o mundo -, ter garantido que as colunas foram revestidas com uma protecção de silicone, que facilita a remoção da tinta, numa intervenção articulada com a Câmara de Abrantes.
A aumentar a polémica esteve a realização da instalação sem o “devido parecer prévio e vinculativo” da Direcção Geral do Património Cultural (DGPC), como se impunha dado tratar-se de um imóvel classificado. O grupo parlamentar do PCP na Assembleia da República questionou mesmo o Ministério da Cultura sobre se autorizou a realização de pinturas nas colunas, considerando que as mesmas “representam uma grave lesão do edifício”, datado de 1517 e classificado imóvel de interesse público.
Na sequência das perguntas colocadas pelo deputado do PCP António Filipe, o Ministério da Cultura informou que as pinturas foram realizadas sem o “devido parecer prévio e vinculativo” da Direcção Geral do Património Cultural (DGPC), como se impunha dado tratar-se de um imóvel classificado, tendo a Câmara de Abrantes sido oficiada “no sentido da remoção urgente das pinturas”.
Em declarações a O MIRANTE, Luís Dias volta a desvalorizar a controvérsia considerando a questão de “somenos importância”. O vereador sublinha o carácter “efémero” da obra de arte que agora vai desaparecer.