Agentes da saúde têm que trabalhar em rede para que turismo nessa área possa crescer
Presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo participou em conferência sobre Turismo de Saúde em Santarém
“Para apostarmos no turismo de saúde todos os operadores da saúde têm que trabalhar em rede, em conjunto e de forma estruturada. Temos que pesquisar e perceber o que o mercado quer e temos que fazer a diferenciação do produto. A diferenciação é o que nos distingue dos outros e isso é o mais importante para vingarmos num mundo tão competitivo como o do turismo. Além disso, temos que transformar os nossos recursos em produtos. Isto vale para todas as áreas ligadas ao turismo”.
A opinião é do presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo (ERTAR), António Ceia da Silva, que foi um dos oradores de um dos painéis da conferência “Turismo em Saúde” que decorreu na sexta-feira, 2 de Junho, no auditório da Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Santarém.
Ceia da Silva sublinhou que a identidade de qualquer região, e de qualquer área do turismo, neste caso do turismo de saúde, é decisivo para o sucesso. “Temos que nos focar nos produtos e naquilo em que somos melhores. Por exemplo, os turistas que vêm ao Ribatejo não vêm à procura do que existe em Nova Iorque ou Londres. Vêm sim à procura da identidade deste território e é isso que temos que lhes dar”, referiu.
A outra oradora deste painel, actual administradora do cluster da CUF Descobertas, Paula Silva, considera que o turismo de saúde em Portugal ainda é um nicho pequeno de mercado sobretudo porque não temos preços competitivos. “Não somos competitivos porque somos mais caros que o resto da Europa e isso é determinante. Os preços nos restantes países da Europa são mais baixos e as pessoas procuram preços mais acessíveis. Somos, no entanto, competitivos no mercado dos Estados Unidos da América onde a maioria das pessoas não está coberta por um sistema de saúde e os preços para tratamentos médicos são absurdos e eles têm que procurar no estrangeiro”, explicou.
Paula Silva refere que, apesar de sermos muito bons ao nível da saúde e dos cuidados médicos, Portugal ainda não tem reputação internacional suficiente para que as pessoas nos procurem para se tratarem. “É tudo uma questão de marketing do país. Estamos a melhorar mas essa divulgação ainda não chegou à área da saúde”, disse.
Ceia da Silva referiu que a Índia e o Paquistão, apesar de serem tão pobres, são os dois países que melhor trabalham o turismo de saúde em cirurgia em relação a todo o mundo. E que a Polónia tem um nível de excelência ao nível do turismo de saúde na área da estomatologia para o mercado alemão. “Temos que nos especializar nesta área e divulgar o que melhor fazemos para que os turistas se interessem cada vez mais pelo nosso país”, afirmou.