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O grande carnaval das recriações históricas 

As recriações históricas sucedem-se um pouco por todo o lado. Sem muita história mas com muita animação, cavalos e figurantes vestidos mais ou menos como nos tempos dos quais tentam dar uma certa ideia que pouco ou nada tem que ver com a realidade desses tempos. Ainda há pouco li uma declaração do professor Rentes de Carvalho no regresso à sua aldeia natal, Estevais, no concelho de Mogadouro, para lançar um livro sobre Trás-os-Montes, o Nordeste. Disse ele: “De Setembro à Primavera mantinha-se nas aldeias o hábito secular, que durou até fins dos anos 50, de cobrir as ruas com palha que depois, molhada da chuva e das penicadas de mijo e bosta que se atiravam das janelas calcada pelos passantes e os animais, fumegava e fermentava até que, podre bastante, fosse recolhida para ser levada para as hortas, os amendoais e olivais, seu único e muito biológico adubo”. Penso que isto basta para dizer que as famosas reconstituições históricas não reconstituem nada, não passando de carnavais em que a empresa de figurantes vai dando emprego aos mesmos, dinamizando a economia, como se costuma dizer e animando as hostes de ignorantes que nós somos.
Georgina Túni

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