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Anti-taurinos tentaram impedir aulas de toureio em Vila Franca de Xira
IMPEDIMENTO. Manifestantes tentaram obstruir a realização das tradicionais aulas práticas internacionais do Cabo da Lezíria

Anti-taurinos tentaram impedir aulas de toureio em Vila Franca de Xira

Em causa está uma queixa feita na Inspecção-Geral das Actividades Culturais. Grupo anti-taurino considerou que as aulas práticas são, na verdade, “novilhadas encapotadas” e que, por esse motivo, deveria ser proibida a presença de menores de 12 anos no recinto.

Um grupo de cidadãos, ligado a movimentos anti-taurinos e a favor da proibição das touradas em Portugal, tentou na última semana impedir por via administrativa que se realizasse o tradicional certame internacional de aulas práticas da Escola de Toureio José Falcão, de Vila Franca de Xira, frequentado por alunos de toda a Península Ibérica e França.
Em causa está uma queixa apresentada na Inspecção-Geral das Actividades Culturais (IGAC) em que o grupo considera que as aulas práticas são, na verdade, “novilhadas encapotadas” e que, por esse motivo, deverá ser proibida a presença de menores de 12 anos no recinto. A queixa na IGAC obrigou a que os responsáveis da escola tivessem de ser ouvidos na sede daquele organismo, em Lisboa, na tarde de sexta-feira, 9 de Junho, por dois inspectores. Presentes estiveram António José Inácio, presidente da escola, José Manuel Rainho, director técnico, Luís Capucha, sociólogo e aficionado e também elementos da associação Pró-Toiro. No final a decisão da IGAC acabou por ser favorável ao certame taurino de Vila Franca de Xira.
A O MIRANTE António José Inácio diz que prevaleceu “o bom senso” perante uma queixa apresentada por elementos que, considerou, “não sabem como funciona” uma aula prática e visam apenas “a obstrução” das aulas dos futuros toureiros. O responsável assegura que a reunião com os dois inspectores da IGAC foi “tranquila”, isto depois de já na última semana aquele organismo ter arranjado problemas com outra novilhada realizada em Vila Franca de Xira.
O quarto certame internacional de aulas práticas do Cabo da Lezíria é uma organização da Escola de Toureio José Falcão e realiza-se de 3 a 17 de Junho. Estão representadas as escolas portuguesas José Falcão, da Moita do Ribatejo e Azambuja, as espanholas de Badajoz, Guadalajara, Málaga, Motril, Puerto de Santa Maria e Toledo e de França a escola de Beziers. As ganadarias a lidar pertencem a Jorge de Carvalho, Falé Filipe, Gregório Oliveira e São Torcato, lidando-se quatro novilhos por aula.
Está também marcada uma novilhada inserida na Semana da Cultura Tauromáquica de Vila Franca de Xira, que antecede a festa do Colete Encarnado, no sábado, 24 de Junho, às 22h00, na praça Palha Blanco, onde vão actuar alunos das escolas José Falcão, Badajoz, Málaga e México, com 4 novilhos das ganadarias de São Torcato e Falé Filipe.

Polémica com menores impedidos de entrar na praça
No dia 6 de Maio, durante uma corrida de toiros na Palha Blanco em Vila Franca de Xira, vários espectadores que levavam consigo crianças de colo foram impedidos por inspectores da IGAC de entrar no recinto. Em causa está o decreto lei sobre classificação dos espectáculos artísticos, que estipula que a tauromaquia é um evento acessível apenas a maiores de 12 anos.
A polémica foi tal que Luís Capucha, também presidente da Associação de Tertúlias Tauromáquicas de Portugal, escreveu um artigo de opinião no jornal Voz Ribatejana apelando a todos os aficionados para levarem os filhos aos toiros, desrespeitarem a lei e forçarem a entrada na praça de toiros caso as autoridades o tentem impedir.
Escreve o sociólogo que a classificação etária do espectáculo é apenas um aconselhamento. “Consultada a IGAC ao mais alto nível, foi-me transmitido que a legislação, de facto, não impede crianças entre os 12 e os 3 anos de assistirem a corridas de toiros, desde que acompanhados por um adulto responsável por elas”, defende Luís Capucha.

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