Nas Cachoeiras, pequena e antiga aldeia rural localizada a 5 km de Vila Franca de Xira, não existe qualquer ordenamento urbanístico. Cada um constrói conforme lhe agrada e sem referência aos traçados característicos da aldeia. As cores das casas variam desde o vermelho dos talhos até ao azul-turquesa. Os arruamentos são empedrados mas ultimamente têm surgido remendos em alcatrão e eu temo que daqui a pouco existam tantos remendos que se diga”…que feio, o melhor é alcatroar tudo…”. Isto não pode acontecer! Será que só eu vejo isto?
E a qualidade do ar? Do melhor, mas tem vindo a piorar devido à falta de respeito por parte das pessoas que criam animais, que em vez de colocarem os excrementos desses animais nas suas quintas o mais afastado possível da povoação, fazem precisamente o contrário. Será que só eu tenho nariz? Não me parece! Neste Inverno tive e tenho até agora intensa visita de melgas, parece que vivo ao pé de um esgoto aberto. Será que vêm todas para minha casa porque não uso insecticidas?!
Mas ainda não fica por aqui. Quando queremos “lutar” por uma agricultura sustentável e valorizar cada vez mais os nossos terrenos agrícolas combatendo o seu abandono, eu como Engenheira agrónoma vou ser forçada a abandonar a minha própria exploração agrícola, sabem porquê? Porque o caminho de acesso à mesma está muito degradado e impedido com pedras que caem dos muros de outros proprietários e que as autoridades competentes não fazem nada para resolver, mesmo depois de abordados sobre o assunto. E quando se compara tudo o que referi, a pouco mais de 30 km de Lisboa, com o que está a ser feito em aldeias de Trás-os-Montes por exemplo, se chama progresso? Respondo não, muito obrigada! Convidaria a comunicação social local a verificar estes aspectos “in loco” porque isto é uma vergonha.
Florbela Pantaleão