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Legislação existente não chega para garantir a igualdade de género
polémica. Apresentadora diz que a mentalidade dos portugueses ainda está muito aquém do necessário

Legislação existente não chega para garantir a igualdade de género

Catarina Furtado esteve na Escola Superior de Saúde de Santarém para falar sobre o tema e considera que são necessárias leis mais assertivas para reduzir a discriminação de que as mulheres, na sua opinião, ainda são vítimas. “Se a sociedade não vai a bem, vai empurrada”, defende a mediática apresentadora de televisão.

Medidas mais assertivas para diminuir a discriminação que as mulheres ainda vão sofrendo na sociedade foi o que defendeu a apresentadora de televisão Catarina Furtado, numa sessão sobre a igauldade de género que decorreu no auditório da Escola de Saúde de Santarém na segunda-feira, 12 de Junho. “Se a sociedade não vai a bem, vai empurrada”, disse a O MIRANTE quando questionada sobre a intenção do Governo em publicar nova legislação com a imposição de quotas de género para os conselhos de administração das empresas cotadas em Bolsa e das empresas do Estado.
A fundadora da Associação Corações com Coroa acredita que é necessário que haja um esforço conjunto “para se aplicar, de facto, as leis”. “Acontecem casos concretos de empresas que são ditas amigas da igualdade de género e depois, no exercício de uma entrevista de trabalho, confrontam as mulheres com a pergunta sobre quando é que pretendem engravidar. Isto é gravíssimo e ainda acontece”, afirma.
Catarina Furtado não tem dúvidas em afirmar que a mentalidade dos portugueses ainda está muito aquém de corresponder ao espírito das leis em vigor apesar de já notar alguma melhoria, sobretudo fruto de um trabalho muito fundamentado quer das associações na defesa da igualdade de género quer da sociedade civil. Ainda assim, admite, “há um trabalho ainda muito grande de sensibilização que deve ser feito quer pelos meios de comunicação social, quer por toda a sociedade em relação ao papel social dos rapazes e dos homens”.
Por ser mulher, a também Embaixadora de Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), diz que tanto já foi beneficiada como saiu prejudicada devido ao seu género sexual, referindo que em Portugal “a discrepância é ainda muito grande”, sobretudo, no que diz respeito à disparidade salarial entre homens e mulheres e no acesso a cargos de topo.
Segundo dados que Catarina Furtado revelou, em Portugal, as mulheres ganham, em média, menos 16,7% do que os homens, o que significa que uma mulher para ter o mesmo ordenado que um homem tem de trabalhar mais 61 dias no ano, ou seja, dois meses. Além disso, os cargos de topo continuam, sobretudo, nas mãos dos homens.
A violência doméstica também mostra desigualdades de género. Só no Gabinete de Apoio à Vítima de Santarém, em 2016, em mais de 80% dos casos registados as vítimas eram do sexo feminino.

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