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O casamento levou-a até ao ju-jitsu e o amor já deu frutos

O casamento levou-a até ao ju-jitsu e o amor já deu frutos

Ana Nair Dias, natural de Tomar, é a primeira praticante nacional de ju-jitsu a apurar-se para os Jogos Mundiais dessa arte marcial, que se vão realizar na Polónia.

Quem disse que as mulheres não podem praticar ju-jitsu? Ana Nair Dias é a prova disso. Natural de Tomar, a atleta vestiu há cinco anos o quimono pela primeira vez e, a partir daí, nunca mais o largou.  “Quando se veste um quimono pela primeira vez, ele fica”, confessa.  Depois de muitos prémios alcançados, hoje é a primeira jujitsoca portuguesa a ir aos Jogos Mundiais.
Nair conta que começou a praticar esta modalidade por influência do seu marido e também treinador, Fábio Santos. “Comecei no ju-jitsu depois de me casar com o meu actual treinador. Entretanto decidimos abrir a nossa academia em Torres Novas e foi nessa altura que surgiu o gosto e comecei a frequentá-lo”, conta. Para a tomarense, esta modalidade “não puxa só pelo físico, é também muito mental” e é isso que fascina Nair em relação aos outros desportos.
A trabalhar num restaurante e a fazer três treinos diários de cerca duas horas, o dia-a-dia de Nair começa bem cedo e acaba já de madrugada, pela uma ou duas da manhã. A atleta de 25 anos conta que não é fácil conciliar a vida pessoal, profissional e desportiva, mas quando se gosta daquilo que se faz tudo é possível. O pouco tempo livre que tem é totalmente para se dedicar ao seu filho pequeno.
Por ser uma modalidade praticada mais pelo sexo masculino, a tomarense confessa que já ouviu de tudo, mas acredita que com trabalho e dedicação tudo se ultrapassa. “Eu treino na maioria das vezes com homens e até prefiro porque as mulheres são mais cuidadosas e os homens não. Acabas por estar a treinar com uma pessoa que tem mais força que tu, puxando mais por ti e depois, quando chegas às provas, acabas por ter mais facilidade”, admite.
A estrear-se nos Jogos Mundiais no peso de -55 quilos, a tomarense confessa que desta vez não necessita de ter tantos cuidados com a alimentação como normalmente costuma ter quando participa nos campeonatos nacionais e internacionais no peso de -49 quilos. Para Nair esta é uma modalidade que “exige muito a nível do peso, pois quando estamos nos campeonatos temos de ter aqueles pesos senão ficamos fora”.
A pouco tempo de estar a representar a cores das quinas, Nair Dias mostra-se entusiasmada com a sua participação nos Jogos Mundiais, admitindo que vai dar o seu melhor e espera estar, no mínimo, no pódio. Mas, não é a única. O seu treinador, Fábio Santos, tem o mesmo objectivo, apesar de confessar que os atletas que competirão com Nair possuem muito mais experiência. “A parte mais difícil é deixar o meu filho cá em Portugal”, confessa.

O ju-jitsu na região
Há cerca de três anos, a Académica de Santarém foi o primeiro clube a lançar o ju-jitsu na região, seguindo-se outros clubes, nomeadamente em Coruche, Golegã, Torres Novas e, mais recentemente, Alfange (Santarém). Uma modalidade que é a considerada a “mãe” de todas as modalidades de artes marciais e só agora começou a afirmar-se com competições relativamente ao judo ou ao karaté.
O termo ju-jitsu é uma palavra japonesa que deriva da combinação da palavra “ju”, que designa  suavidade, com a palavra “jitsu” que significa arte, adaptabilidade e flexibilidade. Trata-se de um sistema de luta bastante completo, onde a  força e o tamanho dos seus praticantes não são aspectos relevantes.
António Matias, da Associação Académica de Santarém, conta que o jiu-jitsu tem tido muita adesão por parte dos ribatejanos, sobretudo dos mais jovens. Só este ano, refere que a Académica de Santarém tem cerca de 30 crianças inscritos nas categorias de sub 8 anos e sub 10 anos. “Esta modalidade é para todos, desde os 6 aos 106 anos de idade”, adianta, pois “o ju-jitsu é uma área tão vasta que cada um pode procurar o que quer, seja para a parte da competição, por defesa pessoal ou apenas para exercício físico”.

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