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Empenhado Manuel Serra d’Aire

Um alegado incendiário foi detido na zona de Alcanena por ter ateado um fogo quando decidiu parar o carro e mandar uma mijinha à beira da estrada quando estava a fumar. Vá lá saber-se como e porquê, a verdade é que dessa necessidade fisiológica resultou um incêndio que dizimou mato e floresta e deu trabalho aos bombeiros. Seria a urina do homem altamente inflamável? Não sei! Só sei é que esta não é a primeira vez que acontece um episódio do género. Lembro-me de, no ano passado, um grande fogo nas Ilhas Canárias ter sido causado por um turista que se lembrou de deitar fogo ao papel higiénico após ter aliviado as tripas numa mata.
Estas ocorrências (na linguagem das autoridades policiais) levam-me a pensar que está na hora de agir e obrigar a malta a andar com urinóis e arrastadeiras na mochila ou no carro para evitar percalços sempre que a vontade aperte. Tal como as queimadas são proibidas no Verão, há que proibir também as mijas e cagadas no mato na época estival, em nome da nossa segurança. E quem não for capaz de se aguentar até ao WC mais próximo ou não tiver recipiente adequado que use fraldas. A nossa floresta é que não pode pagar por causa da incontinência de descuido de uns quantos.
Li algures que no concelho de Santarém há uma presidente de junta da CDU que vai ser candidata à Câmara Municipal de Almeirim pelo PSD. Li e pasmei. Se a geringonça à esquerda que nos governa já era um teste de fogo ao equilíbrio entre elementos altamente instáveis, imagina agora o que é gerir uma geringonça unipessoal. Ou seja, conciliar a faceta de autarca comunista com a de canditada social-democrata dentro da mesma pessoa é obra. Aquilo deve ser uma tumulto terrível Manel. A luta de classes no seu melhor e tudo dentro de uma só embalagem. De um lado, as reinvindicações do proletariado. Do outro as ambições e interesses da burguesia. Um verdadeiro dois em um que já não se via desde o famoso champô Vidal Sassoon.
Parece que este ano a festa do Colete Encarnado em Vila Franca de Xira foi fraquinha. Ao que consta, não houve grandes danos resultantes das largadas de toiros e das sessões de pancadaria que fazem parte do programa de qualquer festa, romaria ou arraial que se tenha em boa conta. As tradições estão a perder-se e com elas a genuinidade desses acontecimentos, que correm o risco de terem o mesmo destino que os dinossauros.
Uma festa sem dois ou três mariolas furados por toiros ou navalhadas não é festa nem é nada. Mais parecem aqueles eventos que se realizam ao pôr do sol nas praias algarvias onde se bebe caipirinha e outras bebidas mais ou menos exóticas e tropicais e onde toda a gente se trata por você e se cumprimenta apenas com um beijinho... Espero que as entidades oficiais estejam acordadas para essa realidade e tomem medidas rapidamente, antes que o último marialva ribatejano se converta em queque de Cascais.
E por agora me vou, que o tempo está a pedir imperiais e caracóis. Fogosos cumprimentos do
Serafim das Neves

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