Lembro-me de discutir com amigos a possibilidade de provocar um incêndio atirando uma beata acesa pela janela do carro como fazem muitos condutores que eu conheço e de ter verificado que, entre os fumadores se defendia ser impossível atear um fogo com uma beata acesa. Pelos vistos estão errados ou então o condutor que se apresentou às autoridades como “urinador” incendiário está a mentir.
Não sou fumador e nunca quis experimentar se podia ou não atear um fogo florestal atirando uma beata acesa para o mato seco mas sempre presumi que era mais fácil atear um fogo daquela maneira do que atirando a beata apagada para o meio das ervas secas.
O problema das beatas, sejam acesas ou apagadas, é um fenómeno interessante que me permite constatar a falta de civismo de um grande número de fumadores.
Quando era permitido fumar nos cafés eu tomava o meu pequeno almoço envolto numa nuvem de fumo de cigarro produzida por fumadores e com os pés assentes em beatas que os fumadores atiravam para o chão juntamente com os guardanapos de papel que utilizavam para se limpar.
Há vários relatos feitos por escritores e jornalistas estrangeiros sobre o facto de sermos pouco asseados. Sempre achei que era um justo reparo mas evito dizer tal coisa quando estou em grupo para evitar que me aconteça qualquer coisa desagradável.
Bernardo Tavares