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António José Ganhão considera “ridícula” acusação de corrupção do Ministério Público

António José Ganhão considera “ridícula” acusação de corrupção do Ministério Público

Caso está relacionado com licenciamento de empreendimentos imobiliários. Para além do ex-presidente da Câmara de Benavente, são também arguidos um técnico e um ex-vereador dessa autarquia e um empresário do ramo imobiliário.

O anterior presidente da Câmara de Benavente, António José Ganhão (CDU), classifica de “ridícula” a acusação do Ministério Público, que lhe imputa os crimes de corrupção e prevaricação de titular de cargo político, no âmbito de processos urbanísticos.
Além de António José Ganhão, militante do PCP e presidente do município entre 1979 e Outubro de 2013, estão ainda acusados Miguel Cardia, vereador no executivo entre 2005 e Outubro de 2013, Daniel Ferreira, presidente da Junta de Freguesia de Santo Estêvão de 2005 a 2009, eleito pelo PS, Vasco Feijão, engenheiro civil na Divisão Municipal de Obras Particulares, Planeamento Urbanístico e Desenvolvimento, e Tiago Gallego, empresário do ramo imobiliário. Corrupção activa e passiva, prevaricação de titular de cargo político e tráfico de influência, são alguns dos crimes pelos quais os arguidos estão acusados.
Contactado pela agência Lusa, o antigo autarca de Benavente disse que já requereu a abertura de instrução, na qual espera que esta acusação “ridícula e sem sentido” caia e que seja “ilibado”, negando ter cometido qualquer dos crimes pelos quais está acusado. António José Ganhão contou que o processo teve origem há oito anos numa queixa apresentada por um munícipe, depois de a câmara lhe ter demolido uma construção.
O ex-autarca assegura que “cumpriu e respeitou” todas as regras e regulamentos nos processos de licenciamento descritos pelo MP, acrescentando que na acusação vem referido que apenas recebeu “dois borregos”, o que também “nunca aconteceu”, situação que terá sido obtida pelos investigadores nas escutas telefónicas.
A acusação, a que a Lusa teve acesso, indica que Daniel Ferreira começou a colaborar com o empresário e a tratar de assuntos relacionados com processos de licenciamento de imóveis e empreendimentos em Santo Estêvão, sendo também quem “representava os interesses do arguido Tiago Gallego” perante a Câmara Municipal de Benavente (CMB).
O MP conta que, a pedido do empresário, pelo menos a partir do início de 2008, Daniel Ferreira “passou a interceder” junto de António Ganhão, Miguel Cardia e Vasco Feijão “e a sensibilizá-los para agilizarem procedimentos, proferirem despachos e tomarem decisões favoráveis aos interesses e pretensões” que o arguido Tiago Gallego apresentava na Câmara de Benavente.
A acusação conta que Daniel Ferreira, em conjugação de esforços com Tiago Gallego, passou “a oferecer e a entregar a António Ganhão, Miguel Cardia e Vasco Feijão, que as aceitavam, quantias monetárias, prendas, vantagens e outras dádivas”.
“Por ocasião do Natal de 2009 e do Natal de 2010, o arguido Daniel Ferreira ofereceu borregos aos arguidos António José Ganhão, Miguel Cardia, Vasco Feijão e a outros funcionários da CMB e da conservatória, que foram aceites. Os borregos oferecidos no Natal de 2010, num total de cerca de sete, perfizeram o valor global de 351 euros, que foi pago pelo arguido Tiago Gallego”, descreve a acusação.

Ganhão foi autarca durante mais de 30 anos

António José Ganhão, militante do PCP que abandonou a vida autárquica ao fim de quase 40 anos, em Fevereiro de 2016, por motivos de saúde, quando era presidente da Assembleia Municipal de Benavente, foi também vice-presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, durante mais de duas décadas.
O antigo vereador Miguel Cardia é actualmente comandante dos Bombeiros Voluntários de Samora Correia.

Pavilhões construídos sem licença

O pedido de licenciamento para construção do aldeamento turístico denominado “La Várzea Polo & Country Club”, apresentado em 2008, e a construção de dois pavilhões, na Herdade do Zambujeiro, em 2009, sem licenciamento municipal, são dois dos processos com irregularidades descritos na acusação.

António José Ganhão considera “ridícula” acusação de corrupção do Ministério Público

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