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Suficiência local

Temos na nossa terra condições, como poucos, para solucionar grande parte do “enorme problema” a que a Humanidade chegou: temos solo e água, isto é, território de baixa densidade, pronto a produzir os alimentos que nos faltam para sermos suficientes. Num planeta sobrelotado não é difícil povoar o interior como desejarmos, enquanto é tempo.

Klaus Schwab é o presidente executivo do Fórum Económico Mundial, que todos os anos reúne na pequena cidade suíça de Davos. A reunião deste ano aconteceu há umas três semanas e alguns dos leitores certamente que se lembram de ter ouvido falar no assunto. Este ano o nosso Governo esteve lá euforicamente representado, incluindo o primeiro-ministro. Euforicamente, porque o sucesso do país, Portugal, extravasa naturalmente as nossas fronteiras. Mesmo que a OCDE tenha dito, na semana passada, que o nosso ensino superior está tão longe do que devia ser, como o diabo da cruz. Entretanto, o tal Klaus Schwab, que tão bem representa o um por cento dos humanos que têm a riqueza do planeta, escreveu recentemente um livro, agora publicado em Portugal, A Quarta Revolução Industrial, que se anuncia como um manual para o futuro. Uma maravilha de receita que vai resolver todos os nossos problemas globais, designadamente a pobreza. A magia apregoada pode-se resumir no que cada vez mais ouvimos falar como “inteligência artificial”. Ou seja, pelo que se vê, o resultado da “inteligência humana” não foi grande coisa, a não ser para a tal ínfima minoria (1%), pelo que temos agora a solução desta outra inteligência. Todavia, salvo “pequenas” circunstâncias “momentâneas”, como os incêndios, a seca e a contaminação do Tejo, acredito profundamente que, ao invés do enunciado em Davos, temos na nossa terra condições, como poucos, para solucionar grande parte do “enorme problema” a que a Humanidade chegou: temos solo e água, isto é, território de baixa densidade, pronto a produzir os alimentos que nos faltam para sermos suficientes. Num planeta sobrelotado não é difícil povoar o interior como desejarmos, enquanto é tempo. Apesar de questões globais, como as alterações climáticas, temos algumas condições ímpares para um vale do Tejo bem melhor para todos. A minha grande questão é: os nossos governantes não compreendem isto ou não querem compreender?
Carlos A. Cupeto
Universidade de Évora

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