“É uma honra premiar pessoas com quem partilhamos a alegria de viver num território único”
Director-Geral de O MIRANTE na entrega dos prémios Personalidade do Ano em Torres Novas
Na abertura da cerimónia de entrega dos prémios Personalidade do Ano, ao fim da tarde de 1 de Março, o director-geral e fundador de
O MIRANTE, Joaquim António Emídio, realçou o mérito dos cidadãos e instituições distinguidos e a sua importância para a vasta região de abrangência do jornal, que engloba todos os vinte e um concelhos do distrito de Santarém e ainda os concelhos de Azambuja e Vila Franca de Xira no norte do distrito de Lisboa.
“Somos muito mais território que o caminho em Lisboa, entre a Assembleia da República e a zona das docas, onde tudo, aparentemente, se decide neste país”. E acrescentou: “Não escondemos emoções nesta hora de premiar as pessoas e as instituições de que nos orgulhamos e com as quais partilhamos a alegria de viver num território único, na defesa de uma cultura e de um certo jeito e modo de vida”.
Com a plateia do Teatro Virgínia em Torres Novas completamente cheia, Joaquim António Emídio recordou as suas ligações pessoais à cidade. “Permitam que saúde especialmente o presidente da Câmara municipal de Torres Novas, Pedro Ferreira, e em nome dele todo o executivo da câmara, agradecendo a hospitalidade e a cedência deste espaço de muita história, de muitas memórias, onde eu próprio, há meio século, com as calças rotas e sem meias, vinha ver cinema pela mão de gente bem mais velha e destemida, da qual guardo uma memória quase canina”.
Evocou também o historiador local, Joaquim Rodrigues Bicho, já falecido, que recebeu o prémio Personalidade do Ano - Vida em 2008, lembrando que foi ele que lhe permitiu ver fechar uma edição de um jornal pela primeira vez, na altura em que
O MIRANTE estava para nascer.
“Foi nesta terra que vi pela primeira vez fechar uma edição de um jornal local, O Almonda, comandado pelo senhor Joaquim Bicho, um homem de cultura e de respeito que, não sabendo se eu era do Belenenses ou do Sporting, da direita ou da esquerda, fez questão de falar em voz alta, à minha frente, sobre as várias opções que ia tomando, para eu perceber o que me esperava e aprender logo ali que, se a invenção dos números primos é coisa de deuses, organizar e decidir que matéria editorial e que títulos e fotos têm primazia no fecho de um jornal é coisa para gente normal que quer intervir na comunidade onde vive, sabendo as linhas com que se cose e sem muitas dúvidas sobre o lado da vida em que se posiciona.”.
Para além das memórias, o director-geral de O MIRANTE aproveitou também para falar de factos mais recentes. Aproveitando a presença do CEO da Impresa, Francisco Pedro Balsemão, referiu-se à parceria estabelecida há uma década que faz com que dez mil exemplares de O MIRANTE sejam distribuídos na região com o Expresso e mencionou um caso mais recente de colaboração entre empresas.
“Dou-vos outro exemplo do nosso posicionamento no mercado numa altura em que o sector vive tempos difíceis. Recentemente perdemos para a insolvência a empresa que nos fazia a etiquetagem e o ensacamento do jornal. Pedro Antunes, que também nos dá a honra da sua presença, fundou uma nova empresa em cima da insolvente, com as mesmas máquinas e os mesmos trabalhadores mas precisava de cobrar o seu serviço de forma antecipada para continuar a garantir os postos de trabalho e o serviço que prestava e presta a dezenas de empresas como a nossa. Pois foi isso mesmo que aconteceu e foi gratificante ouvi-lo dizer que O MIRANTE está na primeira linha das empresas que viabilizaram a nova empresa e que foram responsáveis pela manutenção dos postos de trabalho”.
Joaquim António Emídio afirmou que a notoriedade de O MIRANTE no meio regional e nacional assenta num projecto feito em nome da região e no facto de a mesma nunca ter tido um jornal verdadeiramente independente de poderes financeiros, religiosos e políticos, fazendo questão de explicar o relacionamento com os mesmos.
“Não que vivamos à margem desses poderes; pelo contrário; somos parceiros e disso nos orgulhamos porque tal é o maior sinal de que construímos de raiz um projecto editorial e empresarial que acrescenta valor ao que já existia, e ainda existe, de bom”.
Ainda sobre o jornal referiu-se aos elementos mais antigos e mais recentes da equipa nomeadamente à directora executiva, Joana Emídio. “Ela é a mais nova deste grupo que acabei de citar mas só aparentemente porque há mais de 20 anos, quando era uma menina gorducha, fazia as férias grandes a trabalhar como comercial de O MIRANTE em Alpiarça, Almeirim, Santarém, Golegã, Entroncamento e em Torres Novas”.
Finalizou explicando que tem prevalecido a unidade de todos os elementos da equipa, independentemente de cada um ter as suas ideias próprias e que isso tem sido essencial.
“O único conflito que nos separa mas com o qual sabemos viver muito bem é entre a minha poesia do coração e a prosa da realidade do director editorial do jornal e dos que com ele mais se identificam.”.