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As celuloses e o Tejo

Este nosso país não cessa de me espantar e, infelizmente, na maior parte das vezes é por péssimas razões. Vem isto a propósito dos desenvolvimentos mais recentes da novela dramática “A morte do Tejo”.
O desastre ambiental provocado pela atitude criminosa da(s) fábrica(s) de papel que despejam os seus lixos químicos para o Tejo devia ter tido consequências. Assacar culpas ao baixo caudal do rio é de uma atitude digna de imbecis. Mais um pouco e a culpa é do rio que não devia estar ali.
Dizer que os limites legais foram respeitados é uma anedota trágica que desqualifica legisladores, industriais, autarcas e governo. Ver um “Juiz” substituir uma coima por uma repreensão escrita deveria levar a investigar se o dito não tem acções da empresa em questão. Dói ver tanta incompetência e culpas não assumidas.
Do ministro, dito do Ambiente, seria de esperar um sincero “errámos, mas vamos corrigir”. Ao assumir que “não serão emitidas mais licenças “cegas” às empresas, mas serão condicionadas aos regimes hídricos, consoante as estações do ano e aos caudais do rio”, o ministro está a dizer: podem poluir mas com cuidadinho. E não venham com a chantagem dos postos de trabalho.
A única posição defensável é zero químicos poluentes. Com lucros tão gigantescos essas empresas têm de ser obrigadas a rever o seu sistema de produção de forma a não poluir o rio que é de todos. Os poluentes devem ficar nas fábricas e serem tratados obrigatoriamente.
Que mundo é este em que ensinamos às crianças que devem reciclar, separar o lixo e ter comportamentos responsáveis para com o ambiente e deixamos as empresas destruírem o que é de todos?
Pedro Branco

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