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Legionella em Vila Franca de Xira era “evitável” e foi exemplo de “más práticas”
Alberto Mesquita classificou Francisco George como amigo da cidade e ofereceu-lhe uma pintura da terra

Legionella em Vila Franca de Xira era “evitável” e foi exemplo de “más práticas”

Ex-Director Geral da Saúde disponível para testemunhar em tribunal se for necessário

O surto de legionella que em 2014 atingiu o concelho de Vila Franca de Xira, provocando 12 mortes e mais de 375 infectados, era “evitável” e fica para a história como um exemplo de “más práticas” do sector industrial. A ideia foi defendida na manhã de terça-feira, 17 de Abril, pelo ex-Director Geral da Saúde, Francisco George, que na altura acompanhou o caso.
“Infelizmente não foi possível na altura recolher análises e exames de todos porque a nossa prioridade era defender as pessoas. O nosso trabalho foi conduzido a pensar na eliminação do problema e não a pensar na justiça que se seguiu. Apesar de tudo foi conseguido controlar o problema. Mesmo durante o fim-de-semana houve gente a trabalhar e dois dias depois as torres suspeitas já estavam encerradas para as pessoas não correrem o risco de continuar a inalar as bactérias. Tivemos reconhecimento internacional pela forma como lidámos com o problema e isso trouxe ao de cima um conjunto de boas práticas. Foi um exemplo de controlo mas também de más práticas, sobretudo por parte da indústria”, afirmou.
O facto do Ministério Público só ter encontrado um nexo de causalidade em 73 vítimas tem sido alvo de muita contestação, porque muitas vítimas nem sequer foram analisadas ou o seu material expectorante tido em conta para as investigações. Daí terem surgido quase meia centena de pedidos de instrução. “A situação teria sido evitável se tivessemos tomado medidas preventivas. Foi um problema complexo. Sei que criaram uma associação de vítimas e estou disponível para testemunhar perante a população e se necessário também em tribunal”, informou.
Francisco George admitiu que logo na primeira reunião no gabinete de crise da Direcção Geral de Saúde se percebeu que o surto ia ser “um grande problema” e elogiou a abertura e disponibilidade que a câmara municipal sempre demonstrou em todo o processo.
Os elogios do autarca
Francisco George esteve em Vila Franca de Xira na qualidade de presidente da Cruz Vermelha Portuguesa para participar na apresentação do Perfil Municipal de Saúde daquele concelho, de que O MIRANTE dará nota na próxima semana. O tema da legionella foi trazido à discussão pelo presidente da câmara, Alberto Mesquita, que elogiou o papel do ex-Director Geral de Saúde em todo o processo.
“Estivemos sempre em contacto permanente, foi um episódio crítico para o concelho e jamais esquecerei a sua cordialidade em momentos muito dramáticos. Temos em si um amigo de Vila Franca de Xira e nunca duvide que sempre que cá estiver será como se estivesse em sua casa”, elogiou o autarca.

Legionella em Vila Franca de Xira era “evitável” e foi exemplo de “más práticas”

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