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Más experiências não devem impedir câmaras de receber refugiados

A presidente da Câmara Municipal de Alcanena, Fernanda Asseiceira, já disse mais que uma vez que o seu município não está disponível para receber mais refugiados que Portugal venha a receber. A posição da autarca, que penso ser também a posição dos restantes membros do executivo municipal, resultou de uma primeira má experiência. A família síria ali acolhida, de forma exemplar, foi embora sem dizer nada e isso deixa marcas.
No entanto, há que tentar ultrapassar isso porque, como diz o poema, por morrer uma andorinha não acaba a Primavera e há mais refugiados à procura de apoio. Por outro lado o apoio deve ser dado desinteressadamente. Se as pessoas optam por partir podem fazê-lo porque não estão presas e porque têm liberdade para decidir o que pensam ser melhor para si, assumindo os riscos que tal posição comporta, nomeadamente a perda dos apoios que tinham.
No concelho vizinho de Torres Novas, para não falar de concelhos mais distantes, aconteceu o mesmo e a opção do presidente da câmara, Pedro Ferreira, foi mais compreensiva. Depois de duas das três famílias recebidas terem partido sem aviso, o autarca, embora confessando-se frustrado, disse perceber que as pessoas tentem reunir-se com familiares e amigos que estão noutros países e não fechou a porta a novos refugiados.
Perante a situação a que estamos a assistir e que é apenas um pontinha do iceberg de desumanidade e egoísmo de alguns governantes europeus, é bom que os nossos autarcas mantenham a sua perspectiva humanitária.
Fernando Mota

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