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Autarca da CDU acusado de perseguir trabalhadores
João Conceiçao, Manuel Cavacas e Álvaro Figueiredo, eleitos da bancada da CDU

Autarca da CDU acusado de perseguir trabalhadores

Presidente da junta diz que não voltará a responder a questões de João Conceição líder da bancada da CDU. João Conceição, por norma interventivo e acutilante nas assembleias de freguesia, passou a última sessão de rosto fechado e recusa comentar acusações do presidente da junta.

A Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira, através do seu líder, João Santos (PS), fez saber na última semana, durante a assembleia de freguesia, que desde o início do mandato se têm verificado “perseguições” a trabalhadores e membros do executivo alegadamente por parte de João Conceição, líder da bancada da CDU que é acusado de ter andado envolvido em confronto físico com Ricardo Carvalho, membro da gestão socialista da junta.
João Santos lamentou que “nas primeiras três semanas após as eleições” o eleito tenha estado “todos os dias à porta da junta e das oficinas” da autarquia, havendo relatos de trabalhadores “que se sentiam perseguidos” por Conceição só por não serem da sua cor política. Uma acusação forte que João Conceição ouviu, teve oportunidade de rebater mas que decidiu não comentar, preferindo levantar-se da cadeira e sair da sala onde decorreu a última sessão da assembleia de freguesia.
“É muito importante que isto se saiba porque tem dificultado muito a vida a este executivo, que está aqui de corpo e alma e que tem tido todos os dias problemas para resolver que são deliberadamente empreendidos por aqueles que deviam estar ao lado de Vila Franca de Xira e permanentemente a contribuir para a construção da freguesia. Temos mais relatos, temos tido uma gestão difícil e estamos cá com determinação e com força para responder aos desafios, independentemente do que nos vai acontecendo”, lamentou o presidente da junta.
No dia 18 de Maio João Conceição e Ricardo Carvalho envolveram-se numa forte discussão que acabou, segundo o presidente da junta, em empurrões, cotoveladas e murros nas costelas. Foi apresentada queixa no Ministério Público, a quem foi enviada a gravação vídeo da altercação. A CDU nega tudo, faz-se de vítima da gestão PS e diz que o acontecimento é fantasioso. O PS já avisou que não seria parvo o suficiente para apresentar uma queixa sem factos sérios para o provar.

Discussão por causa de autocarro
Ricardo Carvalho, vítima da alegada cena de pancadaria, optou por não comentar o caso até que a justiça decida quem tem razão. Mas fontes ouvidas por O MIRANTE e que presenciaram a cena contam que a discussão se deu durante uma reunião de preparação na junta com as várias associações da freguesia que se preparavam para participar no evento Xira Escolas.
João Conceição, que foi à reunião enquanto professor numa das escolas, chegou atrasado e começou, alegadamente, a reivindicar o que mais nenhuma outra associação pediu, que foi a cedência de um meio de transporte para as crianças entre a escola e o local da iniciativa.
Ricardo Carvalho terá lembrado João Conceição que nunca, no passado, esse apoio fora dado, que mais nenhuma escola o terá pedido este ano e que a junta não tinha capacidade para o prestar. Conceição terá elevado o tom de voz e foi nesse momento que Ricardo Carvalho decidiu ligar para a direcção da escola a questionar se seria mesmo necessário o autocarro para levar as crianças. Quem assistiu à cena diz que terá sido nesse momento que Conceição, à força, terá obrigado Ricardo Carvalho a desligar a chamada e foi então que a discussão escalou.

Junta anuncia corte de relações com Conceição

“O PS, a partir de hoje, escusa-se a responder a questões vindas do líder da bancada da CDU [João Conceição]. Porque no seguimento do que tem vindo a ser a conduta deste indivíduo nos últimos 8 meses, o que aconteceu aqui no espaço da junta terá de ter consequências. Esperamos que a CDU escolha bem as pessoas que vão colocar questões porque não responderemos a um eleito que não nos dá garantia de estabilidade e representação deste espaço com a elevação que ele merece”, anunciou João Santos, presidente da junta, cortando relações com o eleito da oposição. O PS continua a defender a apresentação de um pedido de desculpas público.

Presidente da câmara condena situação “deplorável”

O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), classifica as agressões na junta de freguesia como “acontecimentos absolutamente deploráveis” que não honram a liberdade de expressão e a democracia. A O MIRANTE, o autarca disse esperar, “sinceramente”, que os eleitos “saibam honrar” quem o povo elegeu. “Tem de haver essa capacidade de liberdade e democracia que, pelos vistos, é muito interessante quando ganhamos mas não quando perdemos. Espero que estes acontecimentos não voltem a acontecer”, lamenta.

Autarca da CDU acusado de perseguir trabalhadores

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