Os campinos vão acabar a actuar em festas populares como os cobóis
O senhor António Marramaque, mais conhecido por António ‘Guarda’, de 73 anos, que foi homenageado nas Festas de Samora Correia, diz algo que define o que vai ser o futuro dos campinos.
“A campinagem é uma arte que está a perder a sua essência. Se voltássemos à arte de campino há 40 anos metade destes campinos não vestiam o colete. Muitos são empregados de escritório, tractoristas, que vestem a farda nas festas. Os verdadeiros campinos, aqueles que passaram noites e dias no campo a lidar com toiros, vacas e cavalos contam-se pelos dedos da mão”.
Ele tem razão e faz um bom retrato do que se passa. O seu tempo está a acabar. Acabou o trabalho infantil, as máquinas substituíram os animais e o antigo campino vai acabar no circo, se o Bloco de Esquerda e o PAN mandarem no país.
Nestas alturas lembro-me sempre do Búfalo Bill, um lendário caçador de búfalos, que passou os últimos anos de vida a actuar num circo em conjunto com índios e cobóis que também estavam em extinção e das actuações dos actuais coboys nos rodeos das festas populares.
Manuel Bentes Torrão