Maior alegria do campino homenageado em Samora foi ter a sua família consigo
Presidente de Benavente destacou António Marramaque como uma referência
Já a folia do desfile etnográfico tinha passado, quando na tarde de 18 de Agosto, o Largo 25 de Abril ficou em silêncio para ouvir narrar a história de vida de António Marramaque, o campino homenageado este ano nas Festas de Samora Correia.
A cerimónia contou com algumas dezenas de pessoas, entre as quais familiares, amigos e companheiros de profissão, para além de Carlos Coutinho, presidente da Câmara de Benavente e Rui Alves, presidente da ARCAS (Associação Recreativa e Cultural Amigos de Samora).
António Marramaque, homem humilde, que tem no rosto marcados os mais de 50 anos de trabalho no campo, não escondeu o orgulho que sentiu nem a alegria de ter consigo a família, que diz ser “muito unida”. A filha do meio disse a O MIRANTE o que sentiu. “É um orgulho saber que o meu pai é reconhecido pela sua humildade e pelo trabalho de uma vida inteira”, afirmou.
O presidente da câmara, Carlos Coutinho, considera a homenagem anual ao campino um dos momentos mais importantes das festas da cidade e descreve aqueles trabalhadores como figuras maiores do Ribatejo e uma das mais importantes da cultura da região, juntamente com o toiro e o cavalo. Sobre António Marramaque frisou: “É um campino de referência sempre presente nas nossas festas. Esta homenagem que lhe prestamos é também uma homenagem a todos os campinos”.
Quem sentiu a homenagem deste ano de forma mais especial foi Rui Alves, presidente da ARCAS, associação organizadora das festas, que viu um familiar seu ser homenageado. “O campino homenageado é meu primo. Desta vez a homenagem diz-me mais, tem uma conotação diferente por ser da família”.
Depois de uma forte salva de palmas e dos cumprimentos dos campinos e cavaleiros presentes, António Marramaque partiu em direcção à Avenida O Século para acompanhar a passagem de toiros, a que se seguiu a tradicional largada.
António Marramaque, também conhecido por António Guarda, tem 73 anos e é natural da Barrosa. Trabalhou toda a vida nos campos da Lezíria onde dormiu muitas noites ao ar livre, apenas na companhia do cavalo que o acompanhava. Foi campino, seguindo as pisadas do pai. Reformado há oito anos, costuma trazer ao peito o símbolo da Companhia das Lezírias, onde foi maioral das éguas e das vacas bravas.