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Produtores de tomate pedem apoios excepcionais para campanha difícil
Preços à produção de tomate têm oscilado entre os 70 e os 85 euros

Produtores de tomate pedem apoios excepcionais para campanha difícil

Produção no Ribatejo foi afectada por doença, obrigando a medidas que estão a encarecer a produção. E os custos com o arrendamento de terras também aumentaram significativamente.

A Associação Portuguesa de Produtores de Tomate (APPT) reclama apoios excepcionais do Governo e da União Europeia, alegando que vários factores estão a afectar a campanha deste ano. A associação, filiada na Confederação Nacional de Agricultores, afirma, em comunicado, que a campanha de tomate no Ribatejo está a ser afectada por doenças, obrigando a medidas que estão a encarecer a produção.
Segundo a APPT, a necessidade de aumentar os tratamentos nas “terras e plantas invadidas por fungos e outras mazelas, a fim de se evitar a perda da produção”, elevou os custos de produção de tomate para a indústria, que chegam a atingir os 7.000 euros por hectare.
“Com as doenças a atacarem as produções, os agricultores acabam por dividir as terras para separar o tomate que já está a ser devastado do que ainda se encontra em condições e saudável, na esperança de se conseguir salvar algum produto” e evitar que a doença alastre “por toda a área da exploração”, refere a nota.
A associação adianta como dificuldade acrescida para os produtores “os custos reais de arrendamento da terra ‘à campanha’ praticados na zona irrigada mais próxima a Santarém”, que chegam a atingir os mil euros/ano por hectare, valores que “na lezíria ribatejana mais baixa chegam a dobrar”, representando “um pesado encargo para os seareiros (os arrendatários da terra)”.

Produtividade elevada e preços baixos
A APPT nota ainda que a campanha, que decorre até ao final do mês, até tem tido níveis de produtividade elevados, próximo das 100 toneladas por hectare, mas alega que o preço pago à produção pelas fábricas de transformação “está muito baixo”.
“Nesta campanha, e apesar dos problemas tidos com a cultura, os preços à produção oscilam entre 70 e 85 euros por tonelada, dependendo da qualidade apresentada à entrada da fábrica”, o que, considera a associação, “não compensa os produtores de tomate pelo investimento feito”.
A APPT refere também a necessidade de valorização do trabalho do agricultor, sublinhando que os rendimentos permanecem baixos, mesmo juntando a ajuda directa do Regime de Pagamento Base, actualmente na ordem dos 240 euros por hectare.
Perante este quadro “difícil”, a associação “reclama apoios excepcionais a atribuir pelo Governo e pela União Europeia”. Em concreto, pede a atribuição de ajudas específicas aos pequenos e médios produtores de tomate para a indústria, para apoio aos tratamentos fitossanitários desta cultura e para compensar as baixas de preços na produção.
A associação reclama ainda o reforço da ajuda do Regime de Pagamento Base ao hectare, até aos 350 euros/ano, e o “combate à especulação com o preço do arrendamento de terras na região”.

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