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Polícia que agrediu família permanece em liberdade

Caso já deu entrada no Ministério Público e o agressor foi identificado. Família que foi violentamente agredida numa pastelaria em Samora Correia vive com receio de novo ataque. Ex-companheira já tinha apresentado queixa por violência doméstica.

Apresentou várias queixas contra o ex-companheiro, a última por violência doméstica, em Março deste ano, na GNR do Montijo. Vivia com receio que um dia este cumprisse as ameaças e fugisse com os filhos, mas nunca o proibiu de ver os meninos. As visitas aconteciam por norma todas as semanas. A mulher, de 32 anos, acabou agredida a murro numa pastelaria, em Samora Correia, no dia 31 de Agosto, pelo ex-companheiro, um agente da PSP, de 33 anos, natural de Lisboa. O pai e a mãe da mulher também foram alvo de violência. O agressor não foi detido e continua em liberdade.
A família materna dos gémeos de nove meses vive com receio de voltar a ser alvo de novo ataque e deixou de se sentir segura em Samora Correia, cidade onde vivem e trabalham. A O MIRANTE, fonte familiar conta que os episódios de agressão física terão começado após o nascimento dos filhos. O ex-casal estava junto há dois anos e vivia em união de facto. A mulher de 32 anos tinha sido vítima da última agressão física a 4 de Março e, nesse dia, saiu de casa com os filhos e foi viver com os pais em Samora Correia.

O dia das agressões
A mulher dirigiu-se com os filhos à pastelaria, pelas 10h00, onde combinou encontrar-se com o ex-companheiro, uma vez que este estava obrigado a visitar os bebés sempre em local público e na presença da mãe. “Ele fez-se acompanhar por um homem, sentaram-se e cada um ficou com um dos bebés ao colo”, relata a mesma fonte.
Esse homem, vieram a saber mais tarde, era o avô paterno dos bebés que até à data a família materna não conhecia. Passados poucos minutos estalou mais uma discussão entre o ex-casal e com receio de se tratar de mais uma tentativa de fuga com os filhos, a mulher ligou para os seus pais que estavam ali perto. O agressor não terá gostado e não hesitou em agredir a ex-companheira com um murro na cabeça enquanto segurava um dos filhos ao colo.
À entrada dos avós maternos na pastelaria, o polícia, ainda com um dos filhos ao colo que “usava como escudo para ninguém o agredir”, começou também a bater neles. A avó gritava por ajuda, “mas ninguém acudia”. O avô materno foi o alvo principal. Sofreu vários murros e pontapés na cabeça e pelo resto do corpo já estendido no chão. “Batia-lhe para o matar” e, mais uma vez, nenhum dos clientes do café se intrometeu para ajudar. “Não julgamos as pessoas, porque quem assiste a tamanha violência fica com medo”, continua a mesma fonte que não se identifica com medo de represálias.

Bebé transportado ao hospital acompanhado pelo pai que o maltratou
Em cenário de pura violência, o bebé que esteve sempre ao colo do pai acabou por sofrer ferimentos ligeiros na cabeça. “Andava pendurado pelas pernas, de cabeça para baixo e foi ao puxá-lo que a cabeça do bebé bate contra o maxilar dele”, conta.
Quando a GNR chegou ao local, o agressor identificou-se como sendo polícia e pai dos meninos e o filho não lhe foi retirado dos braços em momento algum. Foi ele, inclusive, quem acompanhou o bebé na viagem de ambulância até ao Hospital Vila Franca de Xira. A ex-companheira e os avós maternos seguiram noutras ambulâncias para receber assistência na mesma unidade de saúde.
O MIRANTE sabe que o homem é polícia há nove anos e que as baixas médicas são recorrentes. Não por doença do foro psicológico, mas justificadas por problemas de ordem física.

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