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Francisca Santos quer voar alto nos trampolins
foto DR Francisca Santos, ginasta do Clube de Trampolins de Salvaterra de Magos iniciou-se na modalidade aos oito anos

Francisca Santos quer voar alto nos trampolins

Ginasta natural de Benavente já viajou pelo mundo a saltar em três mundiais. Tem 13 anos e em Portugal compete com ginastas de escalões acima. O apuramento para o Mundial de 2021 é o próximo desafio.


É uma jovem promessa dos trampolins em Portugal. Chama-se Francisca Santos, tem 13 anos, mede 1,61 e integra o escalão elite júnior, ou seja, compete com ginastas que estão num escalão etário acima do seu. É natural de Benavente e veste a camisola do Clube de Trampolins de Salvaterra de Magos com a qual já se sagrou campeã nacional e apurou para os três últimos mundiais de ginástica de trampolim por idades.
O percurso começou aos oito anos, por iniciativa do irmão, Lucas Santos, campeão mundial de duplo-minitrampolim (2018), e a paixão pela modalidade apanhou-a depressa. A alegria com que fala comprova isso mesmo, mas há sacrifícios que a acompanham sempre. A escola é um deles.
“Tive de abdicar dos treinos aos fins-de-semana porque agora a escola exige mais de mim. É tempo que devia dar ao trampolim para melhorar, mas tem de ser assim”, desabafa. O problema é que a vontade de treinar é tanta que está “nas aulas sempre a pensar nos trampolins”.
Antes praticou ginástica acrobática, no Clube União Artística Benaventense (CUAB), quando ainda não tinha aprendido a ler ou escrever. Ensinada pela mãe, Nádia Loureiro, que ainda hoje treina os ginastas do clube de Benavente, alcançou a técnica e atingiu o ponto de flexibilidade ideal para se lançar nos trampolins. “Foi o empurrãozinho necessário” para que ao primeiro salto o treinador Carlos Matias lhe percebesse o talento para a modalidade.
Tinha dez anos quando pintou de ouro o seu primeiro salto, sagrando-se campeã nacional, em Guimarães, apurando-se para o seu primeiro Mundial de ginástica de trampolins, na Bulgária. Em 2018 e 2019 continuou com o vento a favor e voou até aos mundiais na Rússia e Japão. No último, disputado em Dezembro passado, os resultados “podiam ter sido melhores”. Mas não desanima com um 40º lugar na categoria individual e um 24º em trampolim sincronizado.
É duro saber que se “trabalhou muito para chegar até ali e em segundos falhar o objectivo”, diz Francisca Santos, sublinhando que da fórmula para o crescimento enquanto atleta fazem apenas parte a “dedicação e persistência, nunca a tristeza”. E é essa a que vai continuar a pôr em prática até atingir o sonho de chegar aos Jogos Olímpicos.

A pressão de provar algo
Quando se é atleta de competição, seja qual for a modalidade, vencer é o desejo maior e a pressão uma espécie de sombra que os acompanha sempre. Francisca Santos não foge à regra: “Quero ser melhor a cada prova, sentir que cada esforço valeu a pena e dar esse orgulho aos meus treinadores e à minha família que tanto me apoia”.
Reconhecendo que há nela e nas ginastas com quem se cruza uma fome competitiva, deixa vincado que é preciso saber não ultrapassar os valores mais altos do desporto e da vida. “Gosto de sentir o apoio de todos quando estou a competir, por isso, faço o mesmo. O apoio é fundamental, até porque às vezes a prova vai-me correr melhor a mim e às vezes a outra ginasta”, afirma, acrescentando que é preciso lutar contra os egos.

Tempos que obrigam a reinventar o treino
A ginasta está a encontrar formas para continuar a treinar com a ajuda dos treinadores do Clube de Trampolins de Salvaterra de Magos nestes tempos de pandemia. “Recebo os planos de treino e todos os dias faço exercícios, mas sei que quando voltar aos treinos a sério o corpo vai estar enferrujado”, diz.
Além dos contratempos a que obriga o estado de emergência por causa da Covid-19 Francisca Santos está a recuperar de uma lesão. Quando fala do assunto o tom de voz fica mais sério. “Receio ter uma recuperação muito lenta por agora não poder ter fisioterapia todos os dias”. Até porque uma lesão mal curada pode afastá-la do próximo objectivo, o mundial de 2021.

Francisca Santos quer voar alto nos trampolins

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