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Depois de vencer cancro na mama luta contra tumor no pulmão
Ramiro Antunes foi operado a um cancro na mama esquerda em 2015 e luta agora contra um tumor no pulmão esquerdo

Depois de vencer cancro na mama luta contra tumor no pulmão

Ramiro Antunes teve vida de vagabundo até aos 36 anos e agora aos 58 luta contra um segundo cancro

Ramiro Antunes, residente em Santarém, confessa que alguns momentos são complicados mas que a fé, o apoio da mulher e dos médicos ajudam-no a lutar e a enfrentar os dias mais difíceis.

Ramiro Antunes, 58 anos, começava a acreditar que os momentos dolorosos que viveu há cerca de cinco anos, quando lhe foi diagnosticado cancro na mama, já estavam ultrapassados e faziam parte do passado. A 16 de Fevereiro, depois de mais uma tarde de domingo a assistir a um jogo de futebol da União de Santarém, Ramiro sentiu uma dor forte no peito. Desvalorizou a situação e pensou que estivesse relacionado com as emoções da partida. No dia seguinte a dor intensificou-se e o carpinteiro reformado foi às urgências do Hospital de Santarém onde lhe foram feitas análises e um raio-x.
O médico que o observou encaminhou-o para a sua médica de Oncologia e mandou fazer um exame mais completo. A próxima consulta de rotina em Oncologia seria só em Julho mas Ramiro teve que antecipá-la. Ficou assustado mas nunca pensou que fosse cancro. A 27 de Fevereiro a médica deu-lhe a pior notícia. O cancro da mama esquerda tinha alastrado para o pulmão esquerdo. “O chão daquele hospital voltou a fugir-me debaixo dos pés. Fiquei tão desesperado por perceber que teria que passar por tudo novamente que só me lembro de pedir à médica para não desistir de mim”, recorda a O MIRANTE.
A médica disse-lhe que não ia desistir do paciente mas que ele próprio não poderia desistir e teria que lutar com a mesma força com que lutou há cinco anos contra o cancro na mama. Entretanto, fez uma centígrafia óssea para ver se o tumor estava nos ossos, o que não se veio a confirmar. Já fez duas sessões de quimioterapia e, em princípio, as quatro sessões vão ser suficientes para eliminar o tumor. Se tal não acontecer a operação é uma hipótese a considerar.

Vício do álcool quase lhe destruiu a vida
A história de vida de Ramiro Antunes não é fácil mas conta-a sem vergonha. Aos 22 anos perdeu a mãe e a forma que encontrou de lidar com essa fatalidade foi refugiar-se no álcool. Devido ao vício largou o emprego que tinha e deixou a sua terra natal, Santa Comba Dão (distrito de Viseu). Veio trabalhar para o Cartaxo, para a construção da auto-estrada. Também trabalhou na construção da ponte Salgueiro Maia, que liga Santarém a Almeirim. “Andei a vaguear. O dinheiro que ganhava com o trabalho gastava-o no álcool. Dormi na rua e cheguei a lavar roupa no rio Tejo para não andar sujo. Cheguei a dormir com ratos e outros bichos. Foram anos muito complicados na minha vida”, recorda.
Aos 36 anos decidiu que tinha que acabar com aquela vida que o estava a encaminhar para uma morte prematura. Antes de chegar ao Hospital de Santarém, onde pediu ajuda para terminar com o vício do álcool, parou em todos os locais onde costumava beber e pediu um último copo em cada estabelecimento. Há 23 anos que não bebe álcool. Com a ajuda dos médicos e da Santa Casa da Misericórdia de Santarém conseguiu um local para morar e a sua vida começou a mudar para melhor. Encontrou novo emprego e conheceu a sua esposa. Há sete anos largou o vício do tabaco.

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