O estado de abandono em que se encontra o Vila Franca Centro, no centro da cidade de Vila Franca de Xira, está a captar cada vez mais interesse de exploradores urbanos do país e não só. São vários os entusiastas deste tipo de espaços abandonados que já visitaram o edifício e deixam registos das suas aventuras no interior.
Sem compradores à vista nem solução que se perspective para os meses mais próximos, aquele antigo centro comercial tem encantado não apenas vários portugueses mas também franceses e espanhóis. Na semana passada, Imix, um popular explorador de edifícios abandonados espanhol, que tem mais de 270 mil seguidores no seu canal de Youtube, publicou a sua visita àquele centro comercial devoluto. No interior ainda estão diversos equipamentos e produtos, deixados à pressa por quem ali tinha loja e foi obrigado a sair com a falência da empresa Circuitos, ligada à Obriverca, que geria aquele espaço comercial.
As entradas principais do centro comercial estão vedadas mas há quem consiga encontrar formas alternativas de entrar no edifício em plena luz do dia. Imix descreve o cenário que encontrou como um “apocalipse zombie”. Quem vive e trabalha nas proximidades já por várias vezes lamentou a O MIRANTE que o espaço continue a ser bastante visitado e há quem peça uma mão mais firme das autoridades para impedir essas intrusões. “Há gente que fazia daquelas lojas armazéns improvisados e alguns já têm tudo destruído e remexido, já nem lá entram”, critica Aurora Sousa, moradora da zona.
Município comprou parque de estacionamento
Por se tratar de uma propriedade privada, detida pela banca, o município pouco mais pode fazer do que aquilo que tem feito ao longo dos anos: exigir que o espaço esteja vedado e minimamente cuidado no exterior.
No final do ano passado, recorde-se, o município comprou os parques de estacionamento daquele centro comercial para os reabilitar e colocar ao serviço da população ainda durante este ano. São ao todo 188 lugares de estacionamento, distribuídos entre parque subterrâneo e terraço, que custaram 200 mil euros. A avaliação do espaço aponta para um valor na casa do meio milhão de euros.
Além dos 200 mil euros pagos pelo espaço, o município terá de investir uma verba semelhante na reabilitação, limpeza e adaptação do recinto, que está muito degradado por estar fechado há quase uma década: 93 mil euros para reabilitar o piso subterrâneo e 115 mil euros para o terraço. A ideia é vir a cobrar 65 cêntimos por hora aos condutores que ali estacionem, para assegurar a rotatividade dos lugares.