“Mostrar visualmente uma ideia nem sempre é fácil”
No Dia Mundial do Design Gráfico O MIRANTE esteve à conversa com Eva Cadima, designer de Santarém com uma agência em nome próprio, para falar sobre o seu percurso profissional e o papel do designer numa sociedade que dá cada vez mais valor à imagem.
Quando terminou o 12º ano na vertente de artes na Escola Secundária Artur Gonçalves, em Torres Novas, Eva Cadima já sabia que o design ia fazer parte da sua vida. Desde o início da adolescência que sonhava com essa profissão, depois de um reparo de uma professora de Educação Visual que previa ‘um dia vais ser designer gráfica’. “Na altura nem sabia o que isso era e não havia Google para pesquisar”, confessa entre risos.
O trabalho apareceu assim que deixou a escola. Primeiro numa agência de publicidade de Alcanena, depois numa conhecida agência em Santarém e mais tarde numa empresa de fotocopiadoras também em Santarém. A actividade em nome próprio surgiu há perto de uma década e é fruto dos vários contactos que foi tendo ao longo dos anos.
A empresária não queria ser apenas mais uma empresa no mercado por isso decidiu atribuir o seu próprio nome à agência, apontando o rigor como a sua marca distintiva. “Sou rigorosa com a qualidade dos produtos e com os prazos de entrega”, garante Eva, dizendo que há clientes que valorizam o preço e procuram a solução mais barata. Mas essa não é a sua forma de trabalhar.
Uma das tarefas da agência é a de criar a imagem para um produto ou uma empresa cliente. E mostrar visualmente uma ideia nem sempre é fácil. A imagem é cada vez mais valorizada e há muitos factores envolvidos na equação da qual deverá resultar a imagem perfeita, aquela que satisfaz o designer, mas acima de tudo enche as medidas ao cliente. Apesar de se fazer valer em muito da inspiração do momento e do gosto do designer, Eva lembra que o design gráfico tem regras e não vive apenas da criatividade. A cor e as formas usadas são muito importantes e não são utilizadas ao acaso. A inspiração vem das viagens, dos pequenos momentos e dos outros.
“Aprendemos muito observando o que os outros fazem, seja bem ou mal feito. Com os primeiros aprendemos a fazer ainda melhor, com os segundos aprendemos a não cometer os mesmos erros”, sistematiza Eva, salientando que apesar do design gráfico ser um curso na moda não basta ter o curso para se ser um bom designer. “É preciso ser criativo e ter talento, mas não temos que ser artistas”, reforça.
Os clientes são maioritariamente da região, mas também tem alguns de âmbito nacional. Quanto aos trabalhos mais pedidos variam muito entre um leque alargado que pode ir da simples personalização de um brinde, como uma caneta, à criação de uma identidade visual, do logótipo, de stands para feiras e eventos, catálogos ou personalização de viaturas, sem esquecer o online.