O MIRANTE publicou numa das últimas edições, com dados naturalmente fornecidos pela edilidade tomarense, a retirada da comunidade cigana da entrada da cidade - zona mais conhecida por Flecheiro, que é naturalmente um mau cartão-de-visita - apresentada com pompa e circunstância como um êxito de inserção na comunidade local.
Se não fosse tão grave seria uma boa anedota, pois o que fizeram não foi mais do que (como vem sucedendo) despejá-los (é esse o termo) nos bairros, bem escondidos dos visitantes. Bairros esses já a viverem enormes problemas, onde emerge a fome, miséria, tráfico e consumo de estupefacientes (exemplo o Bairro 1º de Maio).
Pessoas que não vivem no bairro compraram uma casa, mas não podem ter uma vida digna, não podem receber filhos ou netos pois são insultados, roubados e forçados a assistir a autênticas cenas de tiroteio. Enfim, a vida aqui é um inferno (mas os visitantes não vêem). Os senhores supostamente responsáveis pela sua inserção quando necessitam de ir ao bairro (raramente) nunca vêm sós, e porquê?
Fernando Ferreira Henriques