uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Poeiras suspeitas do aterro de Azambuja motivam novas queixas da população
António Pires é um dos moradores que diz ter problemas respiratórios por causa da actividade do aterro

Poeiras suspeitas do aterro de Azambuja motivam novas queixas da população

Moradores mais próximos queixam-se de dificuldades respiratórias e autarcas falam em novo caso de saúde pública. Empresa nega as acusações e fala em oportunismo.

A libertação de poeira cinzenta do contestado aterro de resíduos industriais de Azambuja, gerido pela Triaza, está a gerar novas preocupações na população e autarcas. Os moradores mais próximos queixam-se de dificuldades respiratórias provocadas pelo aumento da poluição atmosférica nas últimas semanas. É o caso de António Pires que, ouvido por O MIRANTE, diz ter começado a sentir falta de ar por causa das poeiras e dos maus cheiros. “Como eu há mais vizinhos a queixarem-se do mesmo. Ficaram com problemas respiratórios e sentem dores de garganta sempre que saem de casa”, conta.
Segundo o morador chega a haver duas a três descargas de cinzas de origem desconhecida por dia. “Não sei de onde vêm, mas vejo que abrem buracos e é aí que são descarregadas”, diz. Nas redes sociais outros moradores partilham fotografias e questionam a origem da poeira cinzenta.
Contactada por O MIRANTE, a Triaza, empresa que gere o aterro, nega qualquer libertação de poeira ou cinzas e diz desconhecer queixas de pessoas com problemas respiratórios. Sublinha que a sua actividade é feita no “estreito cumprimento dos requisitos técnicos e ambientais associados à sua licença de exploração, bem como na observância da legislação ambiental”.
A Triaza diz ainda que se trata “uma vez mais de aproveitamento e oportunismo” que se serve do “desconhecimento popular em torno de uma empresa que tem como missão o tratamento de resíduos, essencial ao desenvolvimento do país”. Tarefa que a Triaza diz ser uma garantia para a continuidade de sectores como o industrial, o fornecimento de energia e tratamento de águas, evitando ainda a proliferação de descargas clandestinas de resíduos, “situações que ainda assolam o país e o território de Azambuja”.
O presidente do município, Luís de Sousa, confirma que há queixas de pelo menos dois moradores, já encaminhadas por aquela autarquia para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) de Lisboa e Vale do Tejo. O autarca deixou a informação em resposta ao vereador Rui Corça (PSD) que levantou o assunto em reunião de câmara. Na sua intervenção, Rui Corça referiu que a libertação “anormal” de pó e cinzas está a provocar uma “nova situação de saúde pública”, impondo-se, por isso, a tomada de acção por parte da Câmara de Azambuja.

População e autarcas querem aterro encerrado

As contestações ao aterro, instalado sem um estudo de impacte ambiental a cerca de 300 metros de habitações, na periferia de Azambuja, têm-se acentuado no último ano. Em Fevereiro todas as forças políticas que compõem o executivo municipal aliaram-se à população solicitando apoio jurídico a um escritório de advogados com o objectivo de fechar as portas do aterro ou, se isso não for possível, encontrar argumentos para a não renovação da licença ambiental que caduca em Maio de 2021.

Poeiras suspeitas do aterro de Azambuja motivam novas queixas da população

Mais Notícias

    A carregar...

    Capas

    Assine O MIRANTE e receba o Jornal em casa
    Clique para fazer o pedido