O Tribunal Central Administrativo Sul sentenciou o encerramento da Fabrióleo, fábrica de reciclagem de óleos localizada perto de Torres Novas. A decisão foi conhecida no dia 25 de Junho. O tribunal considerou improcedente uma providência cautelar interposta pela Fabrióleo contra a decisão do IAPMEI que, em 2018, mandara encerrar a empresa. A Fabrióleo tem sido alvo de contestação por ser considerada uma fonte poluidora do meio ambiente, nomeadamente da ribeira da Boa Água, afluente do rio Almonda.
Contactado por O MIRANTE, o presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira, afirmou estar ao corrente dessa decisão, que lhe agrada, e espera que a empresa cumpra a determinação do tribunal.
A distrital do Bloco de Esquerda também reagiu com satisfação a essa decisão, tendo em comunicado referido que “a decisão do Tribunal Administrativo é justa e é uma vitória da prolongada luta das populações pelo direito à vida, sem mais poluição na ribeira da Boa Água e com o fim dos cheiros nauseabundos, insuportáveis”. O partido acrescenta que a decisão é “uma derrota para quem reiterada e ostensivamente polui, sem olhar à destruição do meio ambiente e sem respeitar ninguém”.
Aquando do anúncio da decisão do IAPMEI em mandar encerrar a empresa, em Janeiro de 2018, a Fabrióleo negou ser a responsável pela poluição na ribeira da Boa Água. E considerou mesmo “muito grave o tratamento discriminatório” de que se dizia ser alvo “por parte das autoridades pelas quais a empresa é regulada, principalmente, em relação a outras empresas da mesma região que passam incólumes e não estão sujeitas ao mesmo escrutínio e exigências”. A empresa chegou a denunciar às autoridades descargas feitas nesse curso de água de origem desconhecida.
O MIRANTE tentou saber a posição da Fabrióleo sobre esta decisão do tribunal, não tendo obtido qualquer resposta até ao fecho desta edição.