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Autarca de Samora Correia causa alvoroço  ao admitir que há fome na freguesia 
Augusto Marques pôs-se a jeito na Assembleia de Freguesia e ouviu críticas

Autarca de Samora Correia causa alvoroço  ao admitir que há fome na freguesia 

Augusto Marques disse que na freguesia que lidera há pessoas com fome, mas que as entidades locais estão a fazer de tudo para minorar as carências. Oposição política aproveitou o momento para disparar críticas, considerando que a acção da junta não é de proximidade com a população.

O presidente da Junta de Samora Correia, Augusto Marques (CDU), desencadeou uma onda de críticas na última assembleia de freguesia, realizada a 25 de Junho, ao admitir que há pessoas a passar fome na freguesia por causa da pandemia de Covid-19. A declaração do autarca não surpreendeu alguns eleitos da oposição que dizem ter conhecimento de casos de pobreza na cidade, mas causou-lhes indignação, uma vez que consideram insuficiente a actuação da junta de freguesia para minorar o problema.
“Concordo que há gente que passa fome, mas penso que a Protecção Civil [Municipal] faz de tudo o que está ao seu alcance para que isso não aconteça”, afirmou o autarca em resposta à eleita do PS, Patrícia Malico que questionou sobre as medidas tomadas pela Junta de Samora Correia para auxiliar a população durante a pandemia.
Na sua intervenção, Patrícia Malico afirmou que se sentia “arrepiada” por saber que durante os meses de confinamento “houve fome nesta freguesia”, lamentando que não tivesse “havido uma partilha de informação” com os autarcas da oposição ou no próprio site da autarquia sobre as ajudas disponíveis.
Também os eleitos independentes, Nelson Lopes e Paula Rego, criticaram a inacção da junta, alertando para a existência de “famílias que por vergonha não receberam a ajuda necessária” e lamentando que a autarquia tenha rejeitado a ajuda de voluntários que se ofereceram para apoiar o combate aos constrangimentos provocados pela Covid-19.
Surpreendido com o alvoroço causado pelas suas palavras, Augusto Marques tentou rectificar a afirmação inicial dizendo que pressupõe que há casos de fome, mas que não são do seu conhecimento, sublinhando ainda que a Câmara de Benavente está diariamente a servir 800 refeições a pessoas carenciadas e a distribuir cabazes de alimentos. Salientou ainda que há muitas situações de carência na freguesia anteriores à Covid-19, lembrando que ainda é possível recorrer aos apoios do município que foram alargados até Julho.
Relativamente à rejeição de voluntários, o autarca explicou que dos 50 voluntários que se inscreveram para ajudar, apenas foi necessário recorrer a 10 para atender a cerca de 30 pedidos de ajuda. O autarca frisou ainda que o plano de acção concelhio para auxiliar a população afectada pela pandemia, não está centralizado na junta de freguesia mas na Protecção Civil Municipal e Câmara de Benavente.

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