Mais de 15 mil dias de falta por doença na Câmara de Santarém em 2019
Taxa de absentismo subiu 5% em 2019. Média de idades elevada entre o pessoal é uma das justificações apontadas. Mais de metade das faltas foi entre a categoria de assistente operacional, a que tem mais funcionários e a mais mal remunerada.
A Câmara de Santarém registou 15.107 dias de ausência por doença dos seus trabalhadores durante 2019, um valor não muito distante do total de dias de férias gozados pelos funcionários do município no mesmo ano, que foi de 16.779. Em média, cada um dos 750 funcionários da autarquia faltou 20 dias úteis por ano ao serviço devido a doença. Realce ainda para os 1.958 dias de ausência ao trabalho devido a acidente em serviço. Essas são das principais razões para os números do absentismo entre o quadro de pessoal da autarquia, a par com a protecção na parentalidade, que resultou em 2.154 dias de ausência.
Segundo o balanço social do município referente a 2019, registou-se no ano passado um total de 41.354 dias de ausência, mas sublinhe-se que nesse valor estão incluídos os 16.779 dias de férias dos trabalhadores, conforme referiu, por mais de uma vez, a vice-presidente da autarquia, Inês Barroso (PSD), na reunião do executivo onde o documento foi debatido.
O absentismo em 2019 subiu cerca de 5%. O valor real médio de ausências foi de 55 dias por trabalhador, onde se inclui os 22 dias úteis de férias. Ou seja, excluindo as férias, em média cada trabalhador da Câmara de Santarém esteve 23 dias ausente do serviço, na esmagadora maioria deles por doença. Em termos de categoria profissional, os assistentes operacionais são responsáveis por 59,2% do total de absentismo, o que não surpreende tendo em conta que é a categoria com mais efectivos, 423 no total, e com trabalho mais exigente em termos físicos. Seguem-se os assistentes técnicos com 21,1% do total de absentismo resultantes das ausências ao serviço das 146 pessoas nessas funções.
Inês Barroso aponta a média etária de 50 anos entre os funcionários do município (mais um ano que em 2018) como uma das possíveis justificações para o aumento do absentismo em 5% face a 2018. O aumento da idade exigida para a aposentação e o escasso recrutamento de novos funcionários nos últimos anos, devido às restrições legais impostas pelo Governo, ajudam a explicar esse facto. A autarca acrescentou que a Divisão de Recursos Humanos está a fazer um estudo sobre o absentismo para verificar que outras causas podem estar por detrás destes números.
Para além das causas já enumeradas, o balanço social da autarquia face a 2019 indica outros motivos de ausência ao trabalho e o respectivo número de dias: assistência a familiares (736); casamento (75); cumprimento de pena disciplinar (40); falecimento de familiar (155); formação profissional (795); greve (795,5); faltas injustificadas (316); outros (1.476); por conta do período de férias (918,5) e trabalhador estudante (49).