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População de Benavente revoltada com agressões exige mais segurança
População foi à Assembleia Municipal de Benavente queixar-se da insegurança que atribui a elementos de etnia cigana

População de Benavente revoltada com agressões exige mais segurança

A agressão ao dono de um café despertou uma onda de indignação na população de Benavente que foi em massa à assembleia municipal exigir um ponto final no clima de insegurança na vila. Um problema que associam à comunidade de etnia cigana que reside em terrenos municipais. O presidente da Câmara de Benavente diz que é preciso intervir e fala na falta de meios policiais.

Uma centena de populares foram na última segunda-feira, 29 de Junho, à sessão da Assembleia Municipal de Benavente manifestar a sua indignação e preocupação pela agressão a Paulo Rebocho, dono de um café na vila, brutalmente espancado por seis pessoas de etnia cigana (Notícia que fez machete em O MIRANTE na edição da passada semana). A população fala na existência de mais “casos abafados” de violência e medo de represálias e exige medidas que ponham fim ao ambiente de insegurança que se vive na vila.
Paulo Sousa foi um dos munícipes a relatar que já foi vítima da ira de membros da comunidade cigana residente na Azinhaga do Contador. A mesma rua onde mora Deolinda de Jesus, que confessou sentir-se agastada com o desrespeito da vizinhança. “Só falta baterem à gente”, disse, depois de partilhar que tem de limpar fezes e restos de alimentos que lhe atiram para o quintal.
Ouviram-se ainda relatos de comerciantes que tiveram de se fechar no interior dos estabelecimentos para não serem agredidos, de perseguições e dos que não fazem queixa por medo de represálias. Os queixosos exigem medidas urgentes e uma atitude concertada entre as autoridades policiais e o município. “São responsáveis pelo bem-estar da população, têm de tomar uma atitude”, exigiu Luís Barrão.
Apesar de o ambiente ter acabado por serenar os ânimos exaltaram-se por diversas vezes com gritos de protesto marcados pelo tom de revolta. O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho (CDU), informou que já foi convocada “com carácter de urgência uma reunião com o comando distrital da GNR” para que seja definido “um plano de intervenção” que ponha fim ao ambiente de violência e insegurança na vila. E acrescentou: “Não sou racista, mas não posso permitir que qualquer minoria se sobreponha aos interesses da comunidade”. O autarca considera fundamental que haja uma atitude severa e forte por parte das forças de segurança e do próprio município.
No entanto, ressalvou que não é possível um maior patrulhamento da GNR na zona caso não haja um reforço de efectivos nos postos de Benavente e Samora Correia, onde operam 23 e 21 militares, respectivamente. “Há momentos em que não há patrulha”, afirmou.
A 20 de Junho, dia da agressão a Paulo Rebocho, a GNR foi chamada ao local mas a resposta chegou de um concelho vizinho, por falta de patrulha disponível no posto de Benavente. Sobre a “atitude bárbara” e “inadmissível” dos agressores que espancaram Paulo Rebocho, o líder do município lamentou o episódio, destacando que “seja com ciganos ou com quem for, não se pode permitir que se abuse da violência e que algo semelhante volte a acontecer”.

Há 20 anos em terreno municipal
Da comunidade cigana fazem parte quatro famílias que residem há mais de 20 anos na Azinhaga do Contador, numa habitação em tijolo construída em terreno municipal. Situação que também está a gerar indignação na população, que descreve o local como um monte de “ferro-velho” e uma autêntica lixeira. Confrontado com esse facto, Carlos Coutinho admitiu que aquele terreno é do município, mas negou as afirmações populares que atribuem à câmara o pagamento das facturas da água ou electricidade.

Assembleia aprova moção para reforço da GNR

A Assembleia Municipal de Benavente aprovou, na mesma noite, uma moção conjunta dos eleitos da CDU e PSD a exigir ao Ministério da Administração Interna e Comando Geral da GNR “o reforço urgente do número de efectivos” nos postos da GNR de Benavente e Samora Correia. O documento foi aprovado com seis abstenções dos eleitos do PS.
Na moção é referido que embora a população do concelho tenha aumentado nos últimos 20 anos, o número de militares efectivos tem vindo a diminuir desde o final da década de 90, levando a que o socorro às populações tenha de ser assegurado, por diversas vezes, por militares de postos territoriais de concelhos vizinhos.

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