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ADC Benavente vive da carolice e é uma referência no andebol de formação
Carlos Horta (à esquerda) e Vítor Pedrosa dirigem há um ano a associação onde jogam andebol 160 atletas

ADC Benavente vive da carolice e é uma referência no andebol de formação

Associação Desportiva e Cultural de Benavente completa 35 anos e o andebol é a modalidade de eleição. Pais dos atletas são um dos motores da colectividade. Muitos dos jovens jogadores têm despertado a atenção

dos grandes clubes.

A Associação Desportiva e Cultural de Benavente (ADCB) completa 35 anos parada, à espera que a pandemia abrande para retomar os treinos de andebol dos nove escalões, onde jogam cerca de 160 atletas. O andebol é actualmente a única modalidade praticada no clube e a carolice dos pais dos jogadores são o motor que mantém viva esta associação.
Na direcção, eleita há um ano e formada por uma dezena de elementos, todos, à excepção de um elemento, têm filhos a jogar no clube. “É completa carolice, tem sido sempre assim”, conta o presidente da ADCB, Carlos Horta, destacando que “se não fossem os pais”, inclusive os que não integram a direcção, o mais provável era que a associação já não existisse. Felizmente, completa o vice-presidente, Vítor Pedrosa, os pais de Benavente têm grande espírito associativista e de voluntariado.
A população, sobretudo os comerciantes e empresários locais, também contribuem através da atribuição de patrocínios, que alimentam um orçamento magro para tanta despesa. “Uma época custa ao clube cerca de 100 mil euros, dos quais cerca de 20 mil vão para inscrições nos campeonatos e o resto para transporte, material desportivo e para o salário dos nove treinadores”, detalha Vítor Pedrosa, salientando o importante apoio do subsídio da Câmara de Benavente que representa cerca de 35 por cento do orçamento global.
“É um município amigo das associações de Benavente, que nunca lhes falha. Só isso permite que as associações continuem a existir em grande número”, afirma o vice-presidente. Mas não esconde que haverá maior preocupação a nível financeiro na próxima época, já que “As Tasquinhas”, evento gastronómico do concelho no qual participam habitualmente para angariar receitas, foi cancelado, como era expectável, devido à pandemia.
A direcção lamenta a “mão pesada da Federação de Andebol”, considerando que coloca custos demasiado elevados às costas das associações que por si só “têm dificuldades em sobreviver”. “Resultado disso é que clubes históricos que jogavam na primeira divisão de andebol, acabaram. A Associação de Andebol de Santarém tem cada vez menos equipas e a própria capital de distrito tem vindo a perder escalões”, explica o presidente da ADCB. Depois atira: “O Governo também deveria apoiar mais estas associações que põem os jovens do país a praticar desporto e a aprender valores, como a importância do trabalho em equipa que vão ter de pôr em prática a vida toda para chegar a algum lado”.

Jogadores cobiçados e pescados pelos grandes clubes
Carlos Horta, 45 anos, é um filho “adoptado” de Benavente, residente na aldeia de Santo Estêvão há 12 anos e ex-jogador de andebol. Agora é o seu filho, de 14 anos, quem disputa a bola no clube que dirige. Nascido em Vila Real de Santo António, agrada-lhe o sossego da aldeia e a proximidade a Lisboa. “Já vivi em muitos sítios, mas aqui consegui criar raízes e fazer amizades fortes”, destaca.
Vítor Pedrosa é natural de Benavente e um adepto do associativismo. Continua a jogar andebol na equipa de veteranos do clube, onde também joga o filho, de 14 anos, e já integrou a Comissão da Sardinha Assada de Benavente, a festa de maior expressão no concelho.
Os primeiros objectivos da nova direcção foram lançar um novo logótipo, “mais moderno e onde aparece o ano da fundação do clube” e a aposta em novos equipamentos. O lance que nunca lhes sai da mira continua a ser o foco na formação dos seus jogadores. Na época passada a equipa do escalão de infantis foi vice-campeã nacional. Os juniores e juvenis jogam na primeira divisão nacional, os seniores na segunda e os infantis conquistaram, antes da pandemia, o apuramento para o campeonato nacional.
O plantel dos diferentes escalões é, muitas vezes, montra apetecível para os “clubes grandes”, como o Sporting, Benfica e Belenenses que, na opinião dos dirigentes, a “nível de formação têm muito a aprender com a ADCB”. “Temos orgulho em que os nossos jogadores sejam cobiçados por clubes grandes, a forma como o fazem é que é de lamentar. Somos os últimos a saber, porque antes já abordaram o jogador e os pais”, critica o vice-presidente da associação.

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