Insultuoso, anti-democrático e ofensivo. É desta forma que o socialista Filipe Valente, presidente da Assembleia de Freguesia de Vila Franca de Xira, reage ao recente comunicado emitido pela CDU local em que classifica de “nódoa” a decisão tomada pelo presidente da assembleia ao não permitir aos eleitos da CDU aceder às instalações da junta para participar numa conferência de líderes. O assunto veio a lume na última assembleia de freguesia, onde Filipe Valente usou da palavra para defender a sua honra e para lamentar a situação.
O caso teve lugar a 19 de Junho a propósito da já habitual conferência de líderes, momento em que é preparada a assembleia de freguesia seguinte e onde foi também discutido o nome da entidade a quem atribuir o galardão de mérito no dia da cidade, que foi a USF Terras de Cira. Devido à pandemia os eleitos foram convocados para participarem na reunião através da Internet, mas os comunistas exigiram ter uma sala na junta para poderem participar. O que não lhes foi concedido.
Em comunicado, os eleitos da CDU dizem que lhes foi negado o acesso às instalações e, como tal, ficaram à margem dos trabalhos e o nome das personalidades a distinguir não foi concertada com eles. “Esperamos que nunca mais se repita, a nossa cidade e as nossas gentes não merecem estas nódoas na democracia da nossa terra”, acrescentou a CDU.
Filipe Valente condena a expressão usada pelos comunistas e a “atitude verdadeiramente insubordinada e inenarrável” do líder da bancada da CDU, João Conceição, quando este terá avisado que à hora prevista toda a bancada estaria à porta da junta para entrar nas instalações. “Veio exigir que lhe fosse atribuída uma sala na junta e no horário previsto para a reunião de líderes. É uma posição ridícula e de uma falta de honestidade gritante. É uma atitude inexplicável com uma grande dose de insolência e prepotência”, criticou o socialista na última sessão da assembleia de freguesia.
João Conceição, que ouviu a intervenção, não respondeu. Foi Maria Isabel Barbosa, sua camarada na bancada da CDU, que acabou por referir que era mais conveniente o acesso à junta onde os eleitos poderiam ter todos os materiais informáticos ao dispor para poderem participar na reunião.