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“É muito difícil gerir as expectativas dos clientes”
Para Rita Sousa a cidade de Santarém tem o potencial para captar turistas

“É muito difícil gerir as expectativas dos clientes”

Rita Sousa é desde 2017 a directora comercial da agência imobiliária Casas do Gótico, em Santarém. Trabalha há 11 anos na empresa e já ocupou diversos cargos. Diz que na mediação imobiliária não há uma fórmula para escolher um bom consultor. E adianta que em muitos casos são eles quem tem de dizer aos clientes que não possuem capacidade financeira para o imóvel dos seus sonhos.

Rita Sousa tem 39 anos e é, actualmente, a directora comercial da Casas do Gótico Mediação Imobiliária de Santarém. Há 11 anos abraçou o projecto da mediação imobiliária, um pouco por acaso. Na empresa fez um pouco de tudo, começou como coordenadora de agência, entre 2010 e 2014, passou para a parte de integração e formação até chegar a directora comercial, em 2017.
Rita Sousa é licenciada em Tecnologia e Artes Gráficas, pelo Politécnico de Tomar, cidade onde viveu durante o período académico. Os pais são naturais de Ourém. Rita nasceu no Hospital de Torres Novas e aos sete anos rumou até Santarém, por motivos profissionais dos pais. O pai era técnico informático na delegação do Instituto da Segurança Social de Santarém e a mãe era cabeleireira.
Começou a sua experiência profissional assim que terminou a licenciatura, a trabalhar na área da pré-impressão numa empresa de Fátima, durante três anos. A vida familiar e a gravidez fez com que tivesse que repensar as prioridades, pois já residia em Santarém. Nessa altura surge o convite para ingressar no projecto da mediação imobiliária Casas do Gótico. Área em que nunca pensou trabalhar.
“É uma área complexa, pois não existe o conceito de um salário fixo ao fim do mês e ainda há muita gente que foge disso a sete pés. Mas a verdade é que se houver vontade e rigor, tudo se consegue”, refere Rita Sousa, que lidera uma equipa de consultores com diferentes experiências de vida, diferentes tempos de mediação imobiliária e resultados. “Há dias em que não é tarefa fácil. Às vezes tenho que saber lidar com um dia mais frustrante que um consultor teve e nem sempre é pêra doce dizer a alguém que amanhã vai correr melhor, porque nunca se sabe”, explica.
A mediação imobiliária é, para a directora comercial, uma área onde reina muita psicologia. Saber ouvir o cliente, diz, é muito importante, mas conseguir fazer uma leitura pelas coisas que não diz é o que diferencia um bom de um excelente consultor imobiliário. “É uma área onde o que interessa são as pessoas. Somos uma agência de pessoas, colegas e parceiros que trabalha com e para as pessoas”, defende.

Crédito à habitação está mais controlado
Para trabalhar nesta área não há um estereótipo perfeito. “Chegam-nos pessoas de diferentes áreas de formação. Por vezes, pensamos que determinada pessoa não vai conseguir apresentar resultados, mas por ter muita vontade consegue. Pelo contrário, já aconteceu pensarmos que certa pessoa vai ser um excelente profissional e isso não acontece. Não há fórmulas”, reitera.
O concelho de Santarém atravessa um período de pouca oferta para uma procura cada vez mais exigente. Por outro lado, continua a haver muita gente que procura imóveis com valores acima das capacidades financeiras. E este é um paradigma com o qual o mediador imobiliário se depara todos os dias. Afirma que é muito difícil gerir as expectativas dos clientes, que por vezes chegam com a ideia do que querem, mas sem terem a ideia real da sua capacidade financeira.
“Neste momento, os créditos bancários estão mais controlados e, por esse motivo, mais restritos. Essa realidade faz com que em muitos casos sejamos nós a ter de dizer aos clientes que não têm capacidade financeira para o imóvel dos seus sonhos. Mas podemos e devemos ajudar os clientes a encontrarem a solução mais adequada à sua realidade e necessidade”, explica.

“Esta capital de distrito tem tudo”
A pandemia Covid-19 trouxe uma nova realidade aos portugueses, ao terem que passar dias seguidos em casa. Cada vez mais há pessoas a procurarem um imóvel com grandes varandas e até mesmo imóveis fora dos centros urbanos para poderem ter um espaço exterior. “Temos sempre que tentar fazer o trabalho de perceber o que é que o cliente quer, o que é que pode e o que temos para oferecer”, refere a directora comercial.
Neste sector de actividade há uma flexibilidade muito grande para cada um gerir a própria agenda, desde que o trabalho apareça feito. Todos os dias são diferentes e isso torna a profissão menos desgastante, na opinião de Rita Sousa.
Como mediadora imobiliária está atenta aos problemas da cidade onde reside e é peremptória a defender que não entende como Santarém não consegue desencravar o sector do turismo. “Esta capital de distrito tem tudo. Tem rede rodoviária e ferroviária, está no centro do país, tem património, tem história, tem tudo para ser um captador de turistas. No entanto, vemos uma cidade como Almeirim, sem história, mas que consegue atrair muitos turistas com a sopa da pedra e a caralhota”, aponta.

“É muito difícil gerir as expectativas dos clientes”

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