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Clube de Pesca de VFX precisa de uma bóia de salvação 
Dirigentes receiam ter de encerrar a sede do clube, situada no coração da cidade de Vila Franca de Xira, para não contraírem dívida

Clube de Pesca de VFX precisa de uma bóia de salvação 

O Clube de Amadores de Pesca de Vila Franca de Xira corre o risco de perder a sede até final do ano e afundar de vez. Depois de anos de estagnação a nova direcção luta para o reerguer, mas a pandemia e a falta de apoios faz com que navegam contra a maré.

O Clube de Amadores de Pesca de Vila Franca de Xira (CAP) vive o pesadelo de ter de colocar um ponto final em 57 anos de história devido à falta de apoios e ao impacto da pandemia que este ano impediu a concretização de eventos e campeonatos que eram a única fonte de rendimento. Os novos dirigentes, eleitos em 2018 depois de o clube ter estado quase uma década sem direcção ou actividade, sabiam que reerguer o clube não ia ser fácil, mas estavam longe de perspectivar um cenário tão negro.
Os problemas são tantos que levam António Barbosa, presidente do clube, a dizer que “se não for encontrada uma forma para entrar dinheiro até final do ano o clube vai entregar a sede”, porque não aguenta com a despesa mensal de uma renda de 78 euros. “O pouco dinheiro que conseguimos juntar com as actividades do ano passado está todo a sair e nenhum a entrar”, diz a O MIRANTE, lamentando que o CAP não tenha qualquer apoio municipal.
Feitas as contas, explica Miguel Silva, tesoureiro, dos 60 sócios do clube apenas 15 têm as quotas em dia, que se traduzem em cerca de 15 euros por mês. Para piorar, a desorganização financeira que encontraram não só impediu o clube de concorrer ao Programa de Apoio ao Movimento Associativo (PAMA), nos dois primeiros anos de mandato, como levou à descoberta de uma dívida antiga às Finanças por falta de pagamento do Imposto Único de Circulação de uma carrinha que ardeu.
A grande machadada no clube, dizem os dirigentes, tem vindo da parte da câmara municipal por não ter ajudado, até agora, a nova direcção a vencer as dificuldades e a levantar o clube. “Pedimos uma sede ou um espaço onde pudéssemos guardar os troféus e o restante património do CAP, sem ter de pagar uma renda, mas nem para isso houve uma resposta positiva”, recorda António Barbosa, sublinhando que esse espaço seria “a bóia de salvação para o clube não se afundar”.
O dirigente lamenta ainda que a única resposta que recebeu foi a de que o município, através de representantes do executivo, estaria disponível para entregar troféus nos campeonatos que viessem a realizar.

Dirigentes tinham o sonho de criar uma escola de pesca
António Barbosa e Miguel Silva são dois amigos vilafranquenses, na casa dos 40 anos, que depois de terem conhecido a realidade do CAP decidiram arregaçar as mangas e tentar devolver-lhe a pujança de outros tempos, ao mesmo tempo que alimentam a esperança de criar uma escola de pesca.
Defendem que Vila Franca de Xira, devido à proximidade com o rio Tejo, tem um potencial enorme para a construção de uma pista de pesca onde se possa ensinar a modalidade e realizar campeonatos nacionais e internacionais, atraindo centenas de pescadores. “Actualmente se quisermos organizar uma prova temos de ir para a pista de pesca no rio Sorraia, em Benavente”, explica o presidente do CAP, destacando que nos dois anos anteriores organizaram as suas iniciativas também na barragem de Salvaterra de Magos.
Algumas das iniciativas que levaram a cabo antes da pandemia foram direccionadas aos mais jovens e a adesão superou as expectativas. “Numa das provas tivemos mais de 20 crianças e jovens, dos dois aos 16 anos em competição”, diz, defendendo que uma cana de pesca nas mãos é uma arma eficaz no combate ao sedentarismo juvenil. Se os jovens estão para aí virados? “Desde que experimentem, a pesca vai surpreender e cativar muitos deles”, afirma António Barbosa, cujos filhos são praticantes da modalidade.
Embora as dificuldades sejam evidentes, a direcção acredita ainda ser possível salvar o clube, se este ano conseguirem apoios e captar novos praticantes. “O que não queremos é ser a última direcção do CAP, depois de termos mergulhado neste desafio e responsabilidade de o tentar fazer renascer”, remata António Barbosa.

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