O presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela (PSD), diz que o Estado tem assobiado para o ar em relação aos lares de idosos ilegais por não haver alternativas que garantam respostas à procura cada vez maior dessas valências num dos países mais envelhecidos do mundo. E critica o excesso de burocracia e de exigências que impossibilitam muitos desses lares de regularizarem a sua situação.
“Acaba-se por fechar os olhos aos lares ilegais, que não são licenciados devido às regras muito rígidas, mas eles têm que estar a funcionar porque não há capacidade de resposta para tantos idosos”, afirmou Vasco Estrela na última sessão da Assembleia Municipal de Mação, onde sublinhou a incapacidade do Estado para dar resposta a todas as solicitações que diariamente aparecem de pessoas a necessitarem de cuidados e assistência.
Vai valendo nesse campo a actuação das instituições particulares de solidariedade social (IPSS), que mereceram rasgados elogios por parte do autarca apesar de nem sempre terem o devido reconhecimento. Vasco Estrela diz mesmo que os dirigentes das IPSS têm sido maltratados pelos vários governos porque sempre acharam que as IPSS são suas funcionárias.
O autarca destacou o trabalho desempenhado pelos dirigentes das IPSS durante a pandemia de Covid-19, sobretudo nos lares de idosos. “Estas pessoas trabalham de borla, têm que gerir pessoas, familiares de utentes, o que não é uma tarefa nada fácil. Foram eles que estiveram na linha da frente de combate à pandemia e fizeram o que podiam e não podiam. Esta visão de que as IPSS estão ao serviço do Estado não pode continuar”, afirmou.
Vasco Estrela lançou ainda um alerta para a idade avançada de muitos dirigentes e disse que se a realidade não mudar daqui a alguns anos não haverá pessoas disponíveis para dirigir instituições. “O Governo deveria ter olhado melhor para esta matéria. A Covid-19 veio mostrar a importância das IPSS, muitas delas ilegais por regras, muitas vezes, sem sentido, que não permitem legalizar lares”, afirmou.