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Assembleia do CBEI acaba suspensa e com polícia à porta 
Trabalhadores, utentes e amigos do CBEI manifestam-se há vários meses pelo futuro da instituição. Último protesto teve lugar nos Paços do Concelho de Vila Franca de Xira em Fevereiro

Assembleia do CBEI acaba suspensa e com polícia à porta 

Sócios barrados à entrada exigiram a suspensão da assembleia de votação do relatório de contas, voltando a agitar o Centro de Bem-Estar Infantil de Vila Franca de Xira.

O clima de tensão entre os sócios e a direcção do Centro de Bem-Estar Infantil (CBEI) de Vila Franca de Xira não serenou e as assembleias continuam agitadas. Na última, a 30 de Setembro, a limitação da entrada a 20 sócios levou à suspensão dos trabalhos, depois de três dezenas de sócios terem chamado a polícia por terem sido impedidos de entrar na sala e participar na discussão e votação do ponto único, a aprovação do relatório de contas de 2019.
A assembleia passa a ter de ser remarcada no prazo máximo de 15 dias num espaço, exigem os sócios, que garanta a participação democrática de todos e que respeite o distanciamento físico. “Esta era uma situação ilegal”, criticam os pais e sócios que integram o movimento solidário Um Abraço ao CBEI. Esses sócios haviam informado o presidente da mesa da assembleia “que desejavam estar presentes, solicitando que o local pudesse ser alterado de forma a garantir a participação física de todos” em cumprimento das normas da Direcção-Geral de Saúde.
Em declarações a O MIRANTE, Olga Costa, uma das mães envolvidas no movimento, lamenta que o CBEI se tenha “fechado nele mesmo sem tentar encontrar uma alternativa para que os associados pudessem participar”. Marta Calisto, outra sócia, salienta, por sua vez, que “o diálogo com a actual direcção tem sido sempre muito difícil”, como o comprovou essa assembleia.
A instituição e o presidente da direcção, Gil Teixeira, foram contactados por O MIRANTE mas não se pronunciaram até à data de fecho desta edição. A direcção, recorde-se, tem sido fortemente criticada pelos sócios por entenderem que não estão a ser defendidos os interesses dos trabalhadores, crianças e suas famílias, devido à existência de salários em atraso acompanhada do gasto de dezenas de milhares de euros em projectos de geriatria que nunca saíram do papel e só causaram prejuízo à instituição.
Durante o estado de emergência devido à pandemia, os pais também se queixaram à Segurança Social e Ministério da Educação por a instituição não os ter isentado do pagamento da mensalidade de Abril. Alguns sócios continuam a exigir a demissão da direcção de Gil Teixeira e já recorreram inclusive à justiça para que seja marcada uma assembleia destitutiva e novas eleições. De acordo com Olga Costa, os órgãos sociais foram na semana passada notificados pelo tribunal.

Mensalidades aumentam e muitas crianças saíram
O número de crianças a frequentar o CBEI diminuiu drasticamente no início do ano lectivo, passando de cerca de 400 para pouco mais de uma centena. Em causa, explica Marta Calisto, está o “aumento de mensalidades que passou de 200 para 245 euros” e no caso da valência de ATL, embora tenham reduzido a mensalidade para 160 euros (menos 20 euros do que no ano anterior) o transporte (55 euros) e alimentação (26 euros) passaram a ser cobrados à parte, representando um aumento que se traduz num total de 241 euros por mês.
Segundo o movimento, a saída de tantas crianças veio permitir que o CBEI mantenha muitos trabalhadores em regime de lay off parcial, a trabalhar cerca de duas horas por dia.

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