Cemitério de Samora Correia com lotação esgotada
Última sepultura livre foi ocupada na semana passada e a falta de espaço para crescer obriga a Junta de Samora Correia a exumar corpos. Crematório está fora de questão, diz o presidente da autarquia, Augusto Marques.
Sempre que morre alguém em Samora Correia que não tenha campa de família, um corpo sepultado no cemitério da cidade tem de ser exumado para que possa haver espaço disponível. É esta a ginástica que a junta de freguesia está a fazer desde a semana passada, depois de a última sepultura virgem ter sido ocupada. O assunto foi abordado na última sessão de assembleia de freguesia, com a oposição a sugerir a implementação de um crematório na cidade e o presidente Augusto Marques a descartá-la.
“O crematório não está em cima da mesa”, vincou o presidente em resposta aos eleitos independentes Mais Para Todos, explicando que após contacto com uma empresa do sector tinha de estar garantida uma média de 250 cremações por ano para que o negócio fosse rentável. E em Samora Correia, adiantou, as cremações estão longe desse número. Em 2019 foram cremados 16 corpos e 28 em 2020.
Segundo o autarca, o cemitério tem 95 covas com corpos sepultados há pelo menos sete anos, “prontos a serem levantados” e que vão garantindo lugar a quem morra dentro de dois anos. Em média, de acordo com o levantamento feito pela autarquia, são enterrados 120 corpos anualmente.
“Vamos levantando os corpos à medida que é necessário. Fizemos agora mais um levantamento para conseguirmos ter duas campas disponíveis”, referiu o autarca a O MIRANTE, explicando que nestes casos a família é notificada e, se assim o desejar e tiver deixado essa indicação aquando do funeral, pode estar presente na exumação e requerer as ossadas. Os custos da exumação ficam a cargo da junta de freguesia, sendo apenas cobrados os ossários se solicitados.
Para o presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho, o problema da lotação do cemitério de Samora Correia não é tão dramático. “Não estamos numa situação de tanta urgência”, disse, considerando que a libertação de campas provisórias chega para aqueles que morrem.
O líder do município, ressalvou, porém que esta é uma matéria que continua a ser tratada com a junta de freguesia e que a solução “poderá estar para breve”. As hipóteses em estudo passam pela ampliação do actual cemitério para terrenos contíguos que são municipais e implementação de nichos aeróbios, ou pela construção de um novo cemitério no Porto Alto.