Construção clandestina em Couço no terreno do vizinho
Francisco Durão não queria acreditar no que via quando regressou ao Couço, após alguns anos de ausência, e deu com um anexo construído por um vizinho na extrema de uma propriedade que herdou do pai. O infractor foi notificado para demolir o anexo mas ainda não acatou a ordem.
Francisco Serras Durão herdou alguns terrenos na freguesia do Couço, em Coruche. Como reside em Arruda dos Vinhos, passa largas temporadas sem ir à terra onde viveu com os pais, mas em Abril deslocou-se para fazer a limpeza de um desses terrenos. Qual não foi o seu espanto quando se deparou com uma construção ilegal na extrema da sua propriedade. O caso passa-se na Rua Júlio Maria de Sousa, onde tem duas casas, em estado avançado de degradação, e um terreno nas traseiras. O proprietário quer avançar com a limpeza do terreno e obras de conservação, mas o anexo construído à sua revelia está a tapar a serventia que dá acesso à propriedade.
O anexo foi construído nas traseiras da casa de um vizinho, que ali reside, cuja casa está colada às de Francisco Durão. Segundo informação da Câmara de Coruche, a obra não tem licença e em 2016 tinha já havido uma denúncia sobre esta construção clandestina. A autarquia levantou um processo de embargo que nunca foi acatado. Neste momento está a decorrer um processo de demolição. O autor da obra foi já notificado mas ainda não demoliu o anexo.
Segundo Francisco Durão, o vizinho que construiu o anexo nunca quis comprar o terreno vizinho, mas houve uma altura em que chegou a pedir autorização à sua mãe para colocar um pombal nos seus terrenos. O pedido foi aceite, mas depois da morte de seus pais Francisco Durão pediu ao vizinho que retirasse o pombal. Após alguns anos sem ir ao Couço, quando voltou deparou-se com a permanência do pombal e ainda com um novo anexo construído.
Francisco Durão participou o caso à Guarda Nacional Republicana (GNR), que foi ao local e aconselhou o queixoso a contactar os serviços da Junta de Freguesia do Couço e da Câmara de Coruche. Foi o que fez, mas ninguém lhe apresentou caminhos a não ser que teria que resolver a situação pela via legal. “Isto está a ser um autêntico jogo do empurra. A GNR passa para a câmara e da câmara a resposta que levei foi para apresentar queixa e resolver tudo no tribunal”, refere.
Mas o episódio não ficou por aqui. No início de Setembro o proprietário voltou ao terreno e deparou-se com um dos muros, que separa o seu terreno de um vizinho, todo partido e caído no chão. “Agora é assim, entra-se na propriedade dos outros, partem-se os muros e constrói-se casas e ninguém faz nada”, lamenta.
A propriedade foi comprada pelo avô paterno de Francisco Durão em 1958, herdada posteriormente pelo seu pai e agora por ele e três irmãos. O registo do terreno está em curso, mas como se trata de terrenos e negócios antigos demora tempo a concretizar.
O MIRANTE esteve no local e tentou falar com o autor desta construção ilegal, mas sem sucesso.