uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Gerir um restaurante é um trabalho que deixa pouco tempo livre
Elsa Janota não é responsável pela cozinha mas ajuda nos tachos e panelas sempre que é preciso

Gerir um restaurante é um trabalho que deixa pouco tempo livre

Elsa Janota é sócia-gerente de “O Pião”, em Santarém, e diz que nunca pensou trabalhar nesta área

Elsa Janota trabalhava com os pais na venda ambulante de frutas e hortaliças. Depois de casar, aos 25 anos, foi trabalhar para o restaurante dos sogros, onde o marido, Frederico Barreiro, também já ajudava. Começou por ajudar a servir às mesas e agora continua a fazê-lo, além de gerir o espaço em conjunto com o marido. Diz que é uma profissão muito absorvente e há cerca de seis anos deixaram de servir jantares para terem mais tempo para estarem com as filhas, de 14 e 8 anos.

Elsa Janota nunca pensou enveredar pela área da restauração mas a vida, neste caso o amor, trocou-lhe as voltas. Quando conheceu o marido, Frederico Barreiro, começou a trabalhar no restaurante “O Pião”, no centro da cidade de Santarém, propriedade dos seus sogros. Elsa costuma dizer que caiu de pára-quedas no restaurante mas que foi muito bem recebida e que lhe ensinaram tudo o que precisou para ser uma boa profissional. “Ao início tinha alguma vergonha mas sempre fui muito comunicativa e puseram-me à vontade. Ajudaram-me bastante a integrar-me na equipa. O meu sogro ensinou-me tudo e preparou-me para ficar à frente do negócio juntamente com o meu marido”, conta a O MIRANTE.
Os pais de Frederico Barreiro estiveram à frente de “O Pião” cerca de 35 anos e Elsa e o marido tomaram as rédeas do negócio há 18. O restaurante situa-se na rua do mercado municipal e à entrada tem um espaço de petiscos com balcão e algumas mesas. Ao atravessar uma porta de madeira fica a sala de refeições. Um espaço acolhedor, agora com menos mesas devido à pandemia de Covid-19. Elsa Janota sempre lutou para ter um ambiente acolhedor e familiar no seu restaurante, tendo conseguido alcançar esse objectivo. “Temos clientes que vêm cá todos os dias há vários anos. Outros que vêm às vezes, mas gostam do espaço. O que queremos é que se sintam bem e gostem da refeição”, afirma.
Elsa não é responsável pela cozinha, mas tem jeito para cozinhar. Ajuda nos tachos e panelas sempre que é preciso. O prato que mais gosta de confeccionar e comer é entrecosto com favas. A especialidade da casa é Bacalhau à Casa, que é dos pratos mais procurado pelos clientes. Também a chanfana de javali, mão de vaca, dobrada e feijoada à transmontana são muito procurados. Todas as quartas-feiras têm como prato do dia uma comida africana.
A gerente começou a trabalhar cedo. Nas férias de Verão, enquanto os colegas da escola ansiavam para brincar e ir para a praia Elsa ia trabalhar. Não gostava da escola e terminou os estudos depois de concluir o 6º ano. Foi trabalhar com os pais e os irmãos na venda ambulante. Natural da Gançaria, concelho de Santarém, era nessa zona que vendiam frutas e hortaliças fornecendo restaurantes e lojas. Os pais e o irmão ainda mantêm o negócio. Agora numa carrinha apropriada para a venda.
“Eu e os meus dois irmãos trabalhávamos com os meus pais e não ganhávamos mais por isso. No entanto, nunca nos faltou nada e os nossos pais sempre nos deram tudo o que precisávamos”, recorda. Manteve-se neste trabalho até que casou, aos 25 anos, e começou a trabalhar no restaurante. Tem duas filhas, com 14 e 8 anos.
A sua vida profissional é muito absorvente e há alguns anos o casal optou por deixar de servir jantares. “Percebi que as nossas filhas precisam da nossa atenção. Tivemos que fazer opções. Faço questão de jantarmos com elas e à noite estamos um bocadinho juntas na cama, onde contam como foi o dia antes de dormirem”, afirma.
Elsa confessa que nem sempre ser fácil trabalhar com o marido, mas têm conseguido superar os problemas e admite que fazem uma boa parceria. “O facto de nos conhecermos muito bem faz com que consigamos lidar bem um com o outro. Quando há um problema resolvemos logo para não deixar arrastar”, explica, acrescentando que chegam a casa e não conseguem desligar do trabalho.
Não foi fácil estarem dois meses fechados durante a pandemia mas para a família foi uma óptima experiência. Fizeram coisas que não tinham tempo de fazer como tomar o pequeno-almoço todos juntos e fazer caminhadas pela aldeia onde vivem, Casais da Charruada. O negócio está a recompor-se e os últimos três meses têm sido bons. Elsa garante que o que a enche de orgulho é saber que um cliente do Algarve, por exemplo, recomendou o seu restaurante a amigos.

Gerir um restaurante é um trabalho que deixa pouco tempo livre

Mais Notícias

    A carregar...

    Capas

    Assine O MIRANTE e receba o Jornal em casa
    Clique para fazer o pedido