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Não podemos ser vencidos pelo medo...  a aprendizagem não pode parar
foto DR Isabel Maria Fernandes da Silva

Não podemos ser vencidos pelo medo...  a aprendizagem não pode parar

Isabel Maria Fernandes da Silva - Directora do Agrupamento de Escolas de José Relvas de Alpiarça


Este início de ano lectivo está a ser o mais diferente e desafiante que alguma vez vivemos na escola. Tivemos de nos adaptar e preparar os jardins-de-infância e as escolas por causa da pandemia e, também, a pensar nas obras que brevemente devemos ter. O nosso Plano de Inovação está no segundo ano de funcionamento.
Funcionamos por semestres, o que acarreta muitas vantagens. O impacto da eficácia da aplicação das medidas foi determinante para se atingirem os principais objectivos constantes do Plano de Inovação, com grande destaque para a melhoria das aprendizagens e dos resultados escolares dos alunos, aliado ao desenvolvimento das competências e dos valores previstos no Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória.
Com a criação das novas disciplinas foi notório o desenvolvimento de competências transversais ao currículo e promoveu-se a articulação e o trabalho colaborativo entre professores e alunos, o que permitiu desenvolver trabalhos criativos.
Os alunos foram estimulados a aprender e a trabalhar de forma diferente, fazendo mais e melhor, promovendo-se desta forma as práticas de articulação de forma mais profunda e eficaz.
A aposta na formação dos docentes nas áreas estratégicas do Plano de Inovação permite-nos atingir e melhorar as práticas em sala de aula e generalizar a aplicação dos instrumentos de recolha de informação, permitindo melhorar, ainda mais, as aprendizagens dos alunos.
No passado dia 13 de Outubro realizou-se um “ Encontro Regional LVT” promovido pela Direcção-Geral da Educação, via zoom, com cerca de 350 participantes. Por acharem que o nosso Plano de Inovação está a desenvolver boas práticas fui convidada a apresentá-lo na temática: “Inovação curricular em tempo de pandemia”. Foram tecidos comentários muito positivos, incluindo pelo senhor secretário de Estado da Educação, João Costa, que também esteve a assistir.
Enquanto diretora, não tenho dúvidas da responsabilidade acrescida que tenho para gerirmos um currículo diferente e a situação que estamos a viver com a pandemia.
Podem ter a garantia que estamos a fazer tudo para que os nossos estabelecimentos de ensino sejam locais seguros e onde a aprendizagem e a sociabilização das nossas crianças e alunos continue a acontecer de forma inovadora e cuidadosa. Porque a aprendizagem e o nosso Plano de Inovação não podem parar e as crianças e os alunos têm de continuar a brincar, a sociabilizar e a aprender em segurança e com a responsabilidade que agora se exige.
Um dos transtornos que estamos a sentir e que não costuma ser habitual é termos alguns professores de atestado médico que ainda não foram substituidos, pelo Ministério da Educação.
Neste momento, na escola temos de lidar com muitas situações distintas. A escola tem de gerir todos os casos suspeitos de Covid-19, o que nos ocupa muito tempo e acarreta responsabilidades acrescidas. Digo suspeitos porque até ao momento ainda não tivemos nenhum caso positivo, felizmente.
Estamos a fazer o nosso melhor, com responsabilidade e empenho, como temos feito até aqui. É um trabalho diário em que estamos sempre em estreita ligação com as famílias e a Autoridade Local de Saúde e até agora tem corrido tudo muito bem. Destaco a excelente colaboração e o empenho da nossa Delegada de Saúde, Ana Simões.
Nunca vamos ter segurança a 100%, mas não podemos ser vencidos pelo medo, logo a vida nas nossas escolas tem de ser o mais normal possível dentro das circunstâncias que estamos a viver.
Julgo que o maior problema, neste momento, são os alunos que não cumprem as normas de segurança antes de entrarem e quando saem da escola, pois muitos retiram logo a máscara e não cumprem o distanciamento. Alguns, dentro da escola, também têm dificuldade em acatar e respeitar as indicações dos professores e funcionários.
Algumas pessoas exigem tudo à escola e ainda não perceberam que a escola não pode fazer tudo de forma isolada.
Sem dúvida que estamos a passar por momentos muito difíceis, angustiantes e de grande responsabilidade, mas a comunidade educativa, mais do que nunca tem de se manter unida pois vamos ter de nos ajudar muito uns aos outros, a vários níveis. Isso já aconteceu no confinamento e, de certeza que vai ser necessário novamente. Felizmente que a nossa comunidade educativa é muito solidária.
Desejo a todos a continuação de um excelente ano lectivo, com muitas aprendizagens e sobretudo muita saúde para a nossa comunidade educativa e para todos os portugueses.

Não podemos ser vencidos pelo medo...  a aprendizagem não pode parar

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