Convidou a ex-companheira para um fim-de-semana em Muge e matou-a
Pedro Teixeira é da localidade do concelho de Salvaterra de Magos, onde não ia há muito tempo. Há um ano começou a frequentar a terra com a companheira, de quem se tinha separado há meses. No domingo Cláudia Gomes, de 29 anos, foi encontrada morta a tiro na casa de Muge. O ex-companheiro entregou-se à polícia no Barreiro, onde residia.
O ex-companheiro de Cláudia Gomes, de 29 anos, encontrada morta com dois tiros na cabeça numa casa em Muge, Salvaterra de Magos, entregou-se à PSP do Barreiro, onde reside, confessando o crime. Depois de ouvido pelo Tribunal Judicial de Santarém, fica a aguardar julgamento em prisão preventiva. A vítima foi encontrada no domingo, 18 de Outubro, depois da hora de almoço, por um vizinho que costuma ir alimentar o cão que se encontra na residência. O presumível autor do crime, Pedro Teixeira, 40 anos, usou uma arma que pertencia ao seu avô.
Pedro Teixeira é quem tem ligações a Muge, porque o pai é natural e sempre residiu nesta aldeia. No entanto são poucas as pessoas que o conhecem, dado que foi viver para fora ainda em criança, levado pela mãe. O pai, Manuel Teixeira, é o proprietário da casa onde ocorreu o crime. O homem, na casa dos 70 anos, está há cerca de um ano internado num lar da região, devido a problemas de saúde.
Ao que O MIRANTE conseguiu apurar, Cláudia Gomes estaria com a filha de cinco anos e o ex-companheiro a passar o fim-de-semana na casa do pai deste. O casal estaria separado há cerca de três meses, mas a mulher acedeu ao convite para passar o fim-de-semana em Muge. Segundo António José Vacas, que vive ao lado da casa, a relação terá terminado por ciúmes do homem. Segundo diz ainda, Pedro chegou a comentar que suspeitava que a mulher o traía com um bombeiro do Barreiro.
Os disparos foram ouvidos pelos vizinhos, que desvalorizaram, porque nunca pensaram tratar-se de disparos de uma arma. Um vizinho de Pedro Teixeira, deslocou-se à casa para alimentar o cão, como faz habitualmente, e deparou-se com o corpo da mulher no chão. Só por essa altura, cerca das 15h15, é que foi dado o alerta para a GNR, que comunicou a situação à Polícia Judiciária. Pedro Teixeira fugiu do local levando consigo a criança de cinco anos. Já no Barreiro entregou a criança ao avô paterno. A judiciária esteve no local a recolher indícios até cerca das 20h00. O corpo de Cláudia Gomes foi transportado para o Hospital de Vila Franca de Xira para ser autopsiado.
A população de Muge estava incrédula com a tragédia, mas poucos são os que conhecem Pedro Teixeira. Poucas vezes se deslocava a Muge e nunca fez questão de ter ligações com a terra. Os mais velhos não se lembram de o ver pela terra para visitar o pai quando este ainda não estava no lar de idosos. Só no último ano passou a ser presença mais assídua, aos fins-de-semana, juntamente com a ex-companheira e a filha desta. Alguns populares dizem que o viam no café, mas que não falava com as pessoas. Entrava, bebia o café e saia. Cláudia Gomes não o acompanhava. Saia do carro quando chegava e entrava em casa do ex-sogro sempre cabisbaixa.
Pedro Teixeira trabalhava numa adega em Palmela. Ultimamente ia a Muge sem a ex-companheira e disse a um vizinho que estava a separar-se. A criança, filha de Cláudia, de um relacionamento anterior, era vista algumas vezes a brincar à porta de casa.