uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Filha obrigada a recolher ossadas do pai no dia do funeral da mãe
foto DR Maria Luís Matos apanhou as ossadas à mão e colocou-as numa bolsa fornecida pela funerária

Filha obrigada a recolher ossadas do pai no dia do funeral da mãe

Coveiro do cemitério do Pego terá recusado fazer o serviço justificando-se com o receio da pandemia de Covid-19. Presidente da junta garante que a situação não vai repetir-se.

Maria Luís Matos não esconde a indignação e revolta por ter sido obrigada a recolher as ossadas do pai, falecido há 33 anos, no dia do funeral da sua mãe, que se realizou no sábado, 10 de Outubro. Maria Luís conta a O MIRANTE que o coveiro do cemitério do Pego, concelho de Abrantes, se recusou a recolher as ossadas da campa de família (onde estão os restos mortais do seu pai e dois avós) justificando-se com a pandemia de Covid-19. “O meu pai morreu há mais de 30 anos, não está infectado com Covid. Ele não quis fazer o trabalho e gozou com os sentimentos da minha família e isso não admito”, crítica Maria Luís, ainda consternada com a situação, tal como a restante família.
Maria Luís ficou incrédula quando constatou que o coveiro tencionava sepultar a sua mãe em cima das ossadas do pai. No dia do funeral da sua mãe, e após uma discussão entre a filha da falecida e o coveiro, este acabou por retirar o lençol com as ossadas mas este rasgou-se e os restos mortais espalharam-se. “Como o coveiro se recusou a apanhar as ossadas não tive outra solução a não ser calçar umas luvas e fazer o que, por lei, é da competência da entidade responsável pela administração do cemitério. Tive de as apanhar à mão e colocar dentro de uma bolsa que a agência funerária me entregou”, contou a O MIRANTE.
A queixosa foi a casa da presidente da Junta de Freguesia do Pego mas, como a autarca não estava falou com o vice-presidente que a acompanhou ao cemitério nesse dia porque, segundo disse, numa fase inicial o coveiro até se recusava a retirar as ossadas do fundo da sepultura. Maria Luís resolveu tirar fotografias da situação e publicou-as na sua página da rede social Facebook onde escreveu: “Se não tem competência não seja coveiro. Faziam as coisas como deve ser. É uma vergonha!”.
A presidente da Junta do Pego lamentou a O MIRANTE o sucedido e contou que o executivo da autarquia reuniu e ouviu ambas as partas envolvidas na confusão. Florinda Salgueiro refere que vão tomar diligências para que o mesmo problema não volte a acontecer. Questionada sobre o que iria acontecer ao coveiro do cemitério do Pego a autarca optou por não responder reforçando que não quer que um episódio igual se repita: “O cemitério é um local de culto e paz que deve ser tratado com amor e respeito”.

Filha obrigada a recolher ossadas do pai no dia do funeral da mãe

Mais Notícias

    A carregar...

    Capas

    Assine O MIRANTE e receba o Jornal em casa
    Clique para fazer o pedido