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Cidadãos avançam para tribunal contra Águas do Ribatejo 
Famílias de Santo Estêvão espelham a revolta sentida pelos clientes da Águas do Ribatejo

Cidadãos avançam para tribunal contra Águas do Ribatejo 

Contas da água que continuam a chegar às casas de consumidores de sete concelhos do Ribatejo estão a gerar polémica e indignação. O MIRANTE falou com famílias de Santo Estêvão que estão a receber facturas com valores exorbitantes. Dizem que vão recorrer à justiça.

Facturas da água com valores exorbitantes estão a causar revolta e contestação contra a empresa intermunicipal Águas do Ribatejo, que presta serviço a 150 mil clientes de sete concelhos do distrito de Santarém. “Trata-se de uma injustiça nunca antes vista. Há famílias com facturas de milhares de euros para pagar e como reclamar de forma isolada não está a dar em nada vai-se avançar com uma acção judicial”, diz a O MIRANTE Rosa Cavaco, moradora de Santo Estêvão que já recolheu dezenas de facturas de consumidores do concelho de Benavente.
As queixas chegadas à Águas do Ribatejo são muitas. Manuela Rodrigues já reclamou, mas continua sem encontrar explicações para as facturas de 299 e 176 euros que recebeu em Setembro e Outubro. Em resposta à reclamação, a Águas do Ribatejo refere não haver qualquer erro na facturação, o que não a convence. “Vivo nesta casa com o meu marido há quatro anos. A única vez que pagámos um valor semelhante foi por causa de uma ruptura. Não temos horta nem piscina e no mês de Agosto estivemos fora”, conta. Para despistar possíveis fugas, um técnico da Águas do Ribatejo foi chamado ao local tendo verificado que não existia qualquer ruptura.
Manuel Inácio, 84 anos, também não encontra explicações. Vive com a esposa e garante ser impossível ter gasto tanta água porque tem furo próprio. Em média, as suas facturas não ultrapassavam os 30 euros. Agora, a Águas do Ribatejo diz-lhe que tem a pagar 1.619 euros. O motivo? “O contador estava avariado e andei a pagar menos do que devia em 2019. É o que me dizem, mas eu não tenho culpa. Como é que vou pagar a conta”, questiona, dizendo que se recusa a pagá-la.
No mesmo barco está Manuel Figueiredo, com uma factura exorbitante de 1.800 euros, e Elisabete Silva, que já recebeu duas facturas com valores fora do normal. A primeira refere-se a Setembro e tem um valor de 219 euros e a segunda, de Outubro, é de 139 euros. Já em Maio, tinha recebido uma factura de 99 euros. A média era de 50 euros.
Não fazendo rega e vivendo numa casa sem piscina e onde os quatro moradores têm o cuidado de poupar água, Elisabete não percebe como se chega a esses valores, que recusa pagar até ser esclarecida pela empresa, da qual aguarda há semanas por resposta aos emails enviados.
Em Almeirim, um morador que recebeu uma factura de 4.000 euros pertence à minoria que conseguiu resolver o problema. Segundo a Águas do Ribatejo, tratou-se de um erro de leitura. Afinal tinha a pagar 56 euros. As surpresas com os valores da facturação também têm sido sentidas em Coruche, Chamusca e Salvaterra de Magos.

Águas do Ribatejo admite que possam existir erros
Contactado por O MIRANTE, Francisco Oliveira, presidente da Águas do Ribatejo e também presidente da Câmara de Coruche, justifica estes valores com o facto de “não terem sido feitas leituras de forma continuada por causa da Covid-19”, admitindo que possam existir também situações relacionadas com erros de leitura ou rupturas.
“Estamos a aconselhar os nossos clientes a denunciarem essas situações à Águas do Ribatejo para que possamos analisar cada uma das situações”, sustenta o presidente da empresa, garantindo que “não se vai cortar água a ninguém”.
Quanto aos casos em que há facturas muito elevadas, e depois de verificado que o valor é correcto, a empresa permite que o valor seja pago de forma fraccionada entre seis e doze meses, explica Francisco Oliveira.

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