Portugal está a fazer pouco para homenagear e manter viva a memória do nadador de fundo Baptista Pereira. A convicção foi deixada numa das últimas reuniões do executivo pelo presidente do município, Alberto Mesquita. O autarca considera que “nunca é demais” homenagear e recordar Baptista Pereira, natural de Alhandra, e lamenta que o país ainda o relegue para segundo plano ou para o esquecimento.
Vila Franca de Xira deu o seu nome a um dos prémios principais da gala de mérito desportivo, promovida pelo município, mas o líder daquele concelho deseja que fosse um nome mais evocado na memória nacional. “É um campeão que está sempre no nosso pensamento. Poderemos realizar mais homenagens, mas deve haver também uma exigência nacional nesse sentido. Muitas vezes fala-se do que deu um pontapé de bicicleta num jogo de futebol e depois não damos o devido valor a este e outros campeões de modalidades que estão no esquecimento”, criticou Alberto Mesquita.
O autarca respondia a um desafio dos vereadores da oposição para que mais fosse feito no concelho para evocar a memória daquele que foi um dos seus grandes desportistas.
Joaquim Baptista Pereira nasceu em Alhandra a 7 de Março de 1921 e morreu em Junho de 1984. Vestindo a camisola do Alhandra Sporting Club, fez do rio Tejo o seu lugar de brincadeira. Era filho de pessoas humildes e cedo aprendeu a nadar perto do pai, que era pescador. Na vida adulta tornou-se nadador de provas de fundo e destacou-se ao vencer a travessia do Canal da Mancha, em 1954. Quando voltou a Alhandra depois de ter vencido a travessia do Canal da Mancha a população construiu-lhe e ofereceu-lhe uma casa onde habitou com a família até morrer.