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Carlota e Sofia: gémeas tentam conquistar palcos da música
Carlota e Sofia Tavares são gémeas, com raízes familiares na Chamusca, e integram o projecto musical "Lookalike"

Carlota e Sofia: gémeas tentam conquistar palcos da música

“Lookalike” é o nome de um projecto de música que tem como rostos Carlota e Sofia Tavares. As irmãs gémeas têm uma ligação muito forte ao Ribatejo. Parte das suas raízes familiares estão na Chamusca. A cumplicidade é a característica que melhor as define e é também um factor determinante para a sua evolução como cantoras. Em entrevista a O MIRANTE contam que escrevem e cantam as suas próprias letras e garantem que com trabalho e dedicação vão conseguir vingar numa indústria que precisa de renovação.



Carlota e Sofia Tavares são irmãs gémeas que estão a mexer com a indústria da música no país. Aos 22 anos, as jovens naturais de Coimbra são o rosto e a voz das “Lookalike”, um projecto musical com cerca de quatro anos, que pretende ser uma lufada de ar fresco numa indústria que está, dizem, cansada das mesmas caras e que vive numa bolha muito difícil de furar. “Estamos a lutar por uma oportunidade de renovar o panorama da música nacional, com novas melodias e uma postura que marque a diferença daquilo que já está a ser feito”, afirmam.
A música, para as gémeas, é um modo de vida; corre-lhes no sangue desde que nasceram. A influência, e persistência, do pai, Gonçalo, é o motor para que a paixão se vá intensificando. Aos quatro anos gravaram o primeiro videoclip. Ainda hoje gostam de relembrar, em reuniões familiares, as imagens que marcaram o início do caminho para, esperam, o sucesso.
A cumplicidade é a característica que melhor as define e é também o factor que consideram mais determinante para a sua evolução como artistas. Sabem, muitas vezes, o que cada uma quer e no que está a pensar. A sua comunhão, como irmãs e colegas de trabalho, não tem uma líder. Sofia é a mais extrovertida e agarra os desafios sem pensar duas vezes. Carlota, mais tímida, é a balança da relação para que não haja muitos imprevistos.
A conversa com O MIRANTE decorreu no cais ribeirinho do Arripiado um dos locais que mais as inspira para poderem compor e cantar as suas canções. Boa parte das suas raízes familiares estão na Chamusca, que visitam frequentemente.
Embora a música seja o sonho, os estudos não foram colocados de parte. São um complemento muito importante para o desenvolvimento pessoal e aquisição de competências para a gestão de uma carreira musical de longa duração. Carlota estuda Marketing e Relações Internacionais. Sofia, depois de se ter licenciado em Administração Pública, está a tirar Direito. “É importante sentir necessidade de aprender algo novo. Os estudos obrigam-nos a estabelecer rotinas e dão bases que vão ser fundamentais para o nosso percurso”, afirmam. A gestão do tempo não é fácil de conseguir mas, garantem, quem corre por gosto não cansa.

“Somos mais do que duas caras bonitas”
A beleza das gémeas não deixa ninguém indiferente. É um elemento que, bem explorado, pode fazer toda diferença no mercado. Prova disso são os mais de 10 mil seguidores que as Lookalike já têm nas redes sociais. No entanto, a vaidade é um sentimento que ainda não belisca o verdadeiro objectivo: “Temos os pés bem assentes na terra. Queremos chegar às pessoas com a nossa música. Somos mais do que duas caras bonitas: sabemos cantar”, declaram, em uníssono.
Foi a cantar que encheram, no ano passado, os recintos das Festas do Mar, em Cascais, ou do festival Sol da Caparica. Os espéctaculos duram pouco mais de uma hora e quem assiste vive momentos de alegria e tristeza em simultâneo. O repertório das irmãs conta já com quatro temas originais. O mais conhecido, intitulado “Acabou”, conta a história de um amor que terminou, mas deixa no ar a possibilidade de um recomeço. “Escrever sobre as nossas experiências pessoais fortalece-nos e conforta-nos. Sabemos que em algum lugar no mundo alguém nos vai ouvir e identificar-se com a nossa história”, referem.
Sobre os ganhos financeiros as gémeas respondem, delicadamente, sem abrir o jogo: “Todo o dinheiro que ganhamos é para investir no nosso projecto. A única coisa que importa agora é continuar a aprender e não parar de sonhar”.

Chamusca: uma vila castiça, de boas memórias mas que parou no tempo

A Chamusca, para Carlota e Sofia Tavares, é um local de memórias. As recordações da infância passada em casa dos avós são muitas. Os pequenos-almoços na extinta Loja do Custódio, as compras no Mercado Municipal e os verões quentes passados no Porto das Mulheres fazem parte de um imaginário feliz e que fazem questão de recordar. “A Chamusca é uma vila castiça, com qualidade de vida”, reiteram.
Mas qualidade de vida não significa falta de evolução. As gémeas consideram que a vila parou no tempo e que é normal que as pessoas escolham outras localidades para viver, onde há mais trabalho e melhores condições de vida para as famílias.

Questionário de Proust

Qual é a vossa característica que menos gostam?

Somos demasiado teimosas.

O que mais valorizam num amigo?

A sinceridade.

Qual a pessoa que mais admiram?

O nosso pai. Não só por ser nosso pai, mas porque é um ser humano extraordinário.

E a personalidade que mais admiram?

O cantor Fernando Daniel, pelo talento, humildade e pés assentes na terra.

Passatempo favorito?

Tudo o que envolva fazermos coisas juntas.

País onde gostavam de viver?

Paris ou Nova Iorque. São cidades-mundo.

Filme preferido?

O impossível.

E o livro?

Verão Quente, de Domingos Amaral, e o Comboio das Crianças, de Viola Ardone.

Em que ocasiões mentem?

Só para nos protegermos uma à outra.

Qual consideram ser a vossa maior conquista?

Os palcos que pisamos no Verão passado. Saímos da nossa zona de conforto e fomos de mãos dadas fazer aquilo que mais gostamos.

Já brigaram muitas vezes por causa de namorados?

Nunca.

Partilhem uma história engraçada pelo facto de serem gémeas.

São todas relacionadas com testes e exames. No secundário, eu (Sofia) era muita fraca a História e a Carlota fazia os testes por mim. Na faculdade era eu que ia fazer os testes da Carlota. Algumas vezes a professora reclamava: “A sua letra está diferente hoje” (risos).

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